Justiça suspende acordo entre Telebras e empresa norte-americana de satélites

Negociação prevê que americanos distribuam toda a capacidade civil de banda larga do SGDC

SGDC posicionado para lançamento, no centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa
SGDC posicionado para lançamento, no centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa - Ariane Space/Divulgação
Natália Portinari
São Paulo

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve, nesta segunda-feira (2), a suspensão de um acordo entre a estatal Telebras e a empresa norte-americana Viasat.

A negociação prevê que os norte-americanos distribuam toda a capacidade civil de banda larga do satélite brasileiro SGDC.

A operadora de satélites manauara Via Direta, que também estava em negociação com o governo para operar o satélite, questiona a legalidade do acordo com os estrangeiros.

No processo, que teve início em 19 de março, a empresa afirma que já havia comprado equipamentos no valor de R$ 15 milhões e pede para operar ao menos 15% da capacidade do SGDC.

Em 23 de março, uma decisão liminar foi concedida em favor da Via Direta, suspendendo o acordo do governo com a Viasat. A decisão provisória foi mantida em segunda instância. 

A juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, do TRF-1, afirma que o acordo viola a soberania nacional e manteve uma multa diária de R$ 100 mil, determinada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, caso as negociações não sejam interrompidas.

Lançado em maio de 2017, o satélite estatal está há quase um ano sem uso comercial devido à falta de infraestrutura em solo. 

Em outubro do ano passado, um leilão procurou empresas dispostas a operar o SGDC, mas terminou sem proponentes.

Em fevereiro de 2018, a Viasat revelou que estava em tratativas com o governo para fechar um contrato que preveria a partilha das receitas obtidas com a exploração comercial do satélite.

Procurada, a Telebras afirma que não comenta processos em andamento.

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