O México proibiu que entidades federais e governos estaduais façam negócios com a construtora brasileira Odebrecht pelos próximos 30 meses, e multou a companhia em cerca de US$ 60 milhões, anunciou o governo.
O México proibiu entidades públicas de "participarem de contratos públicos federais ou quaisquer contratos com a Construtora Norberto Odebrecht", anunciou o diário oficial do governo mexicano na noite de terça-feira. Os contratos existentes não serão afetados, de acordo com a publicação.
Duas subsidiárias da companhia brasileira foram multadas cada qual em 543,5 milhões de pesos (US$ 30,05 milhões), de acordo com um documento do governo mexicano. Dois representantes legais da empresa também foram multados em 1,26 milhão de pesos (US$ 69,7 mil) cada, de acordo com o mesmo documento.
As decisões se relacionam a inquéritos sobre suspeitas de corrupção nos negócios entre a Odebrecht e a estatal petroleira Pemex, disseram representantes do governo mexicano. As autoridades não ofereceram detalhes.
A Odebrecht nos últimos anos vem desempenhando papel central em um dos maiores escândalos de corrupção da América Latina, e admitiu ter pago propinas em países que vão do Peru ao Panamá.
Em dezembro, o México proibiu a construtora brasileira de participar de concorrências para contratos públicos por quatro anos, depois que a Secretaria de Administração Pública (SFP) anunciou sanções contra a empresa por "cobrança incorreta" da Pemex.
A empresa admitiu a procuradores brasileiros e americanos ter pago US$ 10,5 milhões em propinas no México.
EQUADOR
No Equador, o vice-presidente foi encarcerado por conta do escândalo da Odebrecht, e a companhia pagou bilhões de dólares em acordos para encerrar processos nos Estados Unidos, Brasil e Suíça.
Jorge Glas, foi condenado a seis anos de prisão por associação criminosa por receber propina da construtora brasileira Odebrecht para beneficiá-la em licitações no país.
O Tribunal Penal da Corte Nacional de Justiça (equivalente ao STJ brasileiro) considerou que Glas se aliou com o então diretor da empreiteira no país, José Conceição dos Santos, em troca de US$ 14,1 milhões (R$ 46,8 milhões).
PERU
No mês passado, o presidente do Peru renunciou depois que foi iniciado um inquérito sobre suas conexões com a Odebrecht.
Pedro Pablo Kuczynski, 79, refutou as acusações que o vinculam aos pagamentos ilícitos que a empreiteira Odebrecht realizou no país. “A oposição tentou pintar-me como uma pessoa corrupta, o que nunca fui”, afirmou.
As obras da empresa brasileira também estiveram envolvidas em escândalos em outros países da América Latina (Panamá, Colômbia, República Dominicana, Venezuela) e na África (Moçambique).
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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