Descrição de chapéu economia

Retomada do setor automotivo acelera criação de vagas em Joinville

Economia da maior cidade do estado tem forte indústria de insumos para montadoras

Filipe Oliveira Flavia Lima
São Paulo e Santa Catarina

Maior cidade de Santa Catarina, Joinville é uma das primeiras do país a experimentar a volta do emprego neste início de retomada no Brasil.

Sua economia é fortemente baseada na indústria metal-mecânica e de outros setores que fornecem para a cadeia do setor automotivo, diz Mario Cesar de Aguiar, diretor da Fiesc (federação das indústrias do estado).

Com a retomada do segmento, as empresas esperam alta nas vendas e aceleram as contratações.

No caso da Copper, que importa cobre do Chile e do Peru e o processa para ser usado por outras indústrias, o quadro de funcionários foi de 90 para 110 desde meados do ano passado.

O plano da empresa é terminar 2018 com 160 funcionários, caso o desempenho da empresa siga positivo, diz Renato Feres, seu fundador.

Segundo ele, a indústria automotiva, durante a crise, chegou ao fundo do poço e diminuiu seu uso de cobre para praticamente zero. Depois, começou a se recuperar a partir de exportações e, agora, volta a ter bons níveis de produção.

Além disso, as vendas de eletrodomésticos, que usam insumos da empresa, também estão em alta e a indústria vem nacionalizando processos para lidar com o dólar alto.

Vista aérea do Perini Business Park, maior parque industrial do país, em Joinville, com 150 empresas
Perini Business Park, maior parque industrial do país, em Joinville, com 150 empresas - Adriano Vizoni/Folhapress

A Copper é uma das 150 empresas que ficam dentro do Perini Business Park, maior parque industrial do país, com 300 mil metros de área construída.

A mudança na economia da cidade foi sentida no próprio condomínio. Marcelo Hack, presidente da Perville (construtora e gestora do local), diz que, entre 2015 e meados de 2017, não havia procura de empresas querendo se instalar ali e que só recebia ligação de quem queria deixar o local.

Neste ano, por outro lado, já foi possível superar a meta de alugar 18 mil metros quadrados em 2018 apenas entre janeiro e o início de abril.

Uma das empresas mais tradicionais da cidade, a Fundição Tupy, que fornece estruturas para motores a diesel, contratou 600 pessoas em Joinville neste ano e tem outras 150 vagas abertas. A companhia emprega 8.500 pessoas na cidade, afirma seu presidente, Fernando de Rizzo.

A empresa produz principalmente para exportação e se beneficia de uma melhora no cenário global, além da recuperação brasileira. 

Rizzo afirma que Joinville tem uma vantagem geográfica para empresas exportadoras: a proximidade de portos (como os de Itajaí, Itapoá, Navegantes e São Francisco, todos no estado). 

Porém, na avaliação do presidente da Tupy, o principal fator para o bom desempenho industrial da cidade é a consolidação de uma cultura para o setor e a existência de boas escolas para formação de mão de obra.

Em fevereiro, a GM anunciou que investiria R$ 1,9 bilhão em sua fábrica em Joinville, que produz motores para carros. Os investimentos, segundo a companhia, vão gerar 400 postos de trabalho diretos e indiretos.

Santa Catarina produz mais da metade das maçãs brasileiras

Em um cultivo forte especialmente no Sul do país, quase metade da área plantada de maçãs no Brasil está em Santa Catarina —boa parte em São Joaquim. O país tem mais de 33.500 hectares de área plantada da fruta —mais de 16 mil hectares no estado. 

Em 2017, foram colhidas mais de 638 mil toneladas de maçãs pelos catarinenses, o equivalente a 51% de tudo o que foi produzido no Brasil. 

O estado consegue ser também o mais produtivo, com rendimento médio de mais de 39 mil quilos por hectare. 

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