Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

1/3 da produção de calçados está parada dentro das fábricas, diz Abicalçados

Heloísa Negrão
São Paulo

A paralisação dos caminhoneiros e a consequente crise de abastecimento de combustíveis tem afetado diretamente a indústria de calçados.

Até o momento, 1/3 de toda a produção está parada nas fábricas sem conseguir ser distribuída, conforme a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados). "1/3 do volume mensal de produção e vendas estão parados", afirma o presidente da associação, Heitor Klein.

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Funcionários trabalhando na fabrica de calcados - Adriano Vizoni-29.ago.2017/Folhapress

A associação estima que, se a situação não for regularizada até sexta-feira (1°), 85% das fábricas devem suspender a produção por conta da falta de insumos.

"No processo de produção, basta faltar um insumo, que a linha para totalmente. Um calçado feminino que tenha um enfeite, por exemplo, se ele faltar, a linha de produção para. Numa situação como a atual, faltam muitos insumos", afirma Klein.

Segundo a mesma estimativa, se os caminhoneiros não voltarem até sexta-feira da próxima semana (8), 98% da produção deve parar.

De acordo com Klein, a crise ainda não afetou as exportações para a Argentina, feita principalmente pelas rodovias. "Toda a produção da coleção outono/inverno já foi em janeiro e fevereiro", diz. 

No varejo nacional, Klein não prevê grandes impactos. "Talvez no Dia dos Namorados, possa faltar um produto específico", afirma. Além da  crise, as vendas não estão aquecidas por conta do clima. "O frio demorou mais para chegar esse ano". 

OCIOSIDADE

Nas fábricas com produção parada, parte dos trabalhadores vai para casa, e outra é utilizada em outras funções, como manutenção.

"Eles são dispensados sem impacto nos salários, o que aumenta ainda mais o prejuízo das empresas", diz Klein.

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