Apesar da recuperação lenta, investimentos estão crescendo 8%, diz Guardia

Segundo ministro da Fazenda, consumo de bens duráveis também está em alta

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O ministro da Fazenda,  Eduardo Guardia, durante entrevista em seu gabinete em Brasília
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, durante entrevista em seu gabinete em Brasília - Pedro Ladeira - 13.abr.2018/Folhapress
Brasília

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira (21) que, a despeito da lenta recuperação da economia brasileira, os investimentos cresceram 8% nos primeiros quatro meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

Ele declarou ainda que o consumo de bens duráveis teve uma alta de 16% entre janeiro e abril na comparação com o mesmo período do ano passado. 

A informação foi dada durante teleconferência com jornalistas estrangeiros.

O ministro afirmou que nesta terça-feira (22) a equipe econômica revisará as projeções dos parâmetros macroeconômicos, incluindo o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que hoje está em 3%.

“Amanhã nós anunciaremos nossa revisão de parâmetros econômicos, incluindo o crescimento do PIB. Sei que os mercados estão projetando expectativas mais baixas”, afirmou.

Semana a semana, os analistas de mercado vêm reduzindo suas projeções para a atividade econômica. Agora, segundo a última pesquisa Focus, esperam uma alta de 2,5% em 2018.

“A taxa de desemprego leva mais tempo para reagir. A economia está se recuperando da pior recessão que já tivemos”, lembrou Guardia. “As expectativas [para a atividade econômica] eram maiores no começo do ano, mas eu gostaria de enfatizar que o investimento está crescendo, e crescendo muito, de forma consistente”.

INVESTIMENTO AMPLIADO

Como mostrou reportagem da Folha publicada neste domingo (20), um estudo do Ministério da Fazenda mostra que, apesar da desaceleração, os investimentos, principal termômetro da retomada, continuam em alta.

Na semana passada, o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, adiantou que a projeção oficial de crescimento em 2018 será revista de 3% para cerca de 2,5%. A revisão será divulgada nesta semana.

Elaborado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o estudo mostra que, mesmo com a frustração do PIB no primeiro trimestre, o investimento ampliado cresceu 3,8% em relação ao último trimestre do ano passado. A expansão ocorre após uma alta de 3,7% na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2017. 

Segundo o secretário Fabio Kanczuk, o investimento ampliado é um conceito usado internacionalmente, mas que não é aplicado pelos institutos de estatística do país. Considera investimento, além da construção civil e da compra de máquinas e equipamentos, os gastos com bens duráveis, como a compra de carros.

O indicador apontou um sinal positivo na construção civil, que acelerou entre o final de 2017 e o início deste ano. Máquinas e equipamentos e o consumo de bens duráveis, embora tenham perdido ritmo em relação ao quarto trimestre, continuam em alta. 

O secretário considera que esse desempenho afasta a tese de que a economia se ressente de incertezas e de um cenário político conturbado pelas eleições. “Se fosse isso, deveria aparecer no investimento ampliado. E não é o caso.”
 

DÓLAR E COMBUSTÍVEIS

O ministro da Fazenda afirmou ainda, durante a entrevista, que o Banco Central e o Tesouro continuarão a monitorar os mercados para prevenir volatilidade em conjunto.

Ele lembrou que o Tesouro Nacional não é responsável por atuar no mercado de câmbio, mas lembrou que possui hoje um “grande colchão de liquidez”.

“Nos dias em que temos maior volatilidade o Tesouro pode não por mais pressão no mercado", afirmou o ministro.

Questionado sobre a possibilidade de redução de tributos como forma de reduzir o impacto do aumento da gasolina, Guardia declarou que a União não tem condições de abrir mão de receitas tributárias.

“Não temos decisão sobre isso. Uma discussão começou no governo, mas todos sabemos que não temos flexibilidade no front fiscal. Estamos buscanod uma consolidação fiscal, então temos que ser muito cuidados”, disse o ministro. “Não podemos nos dar ao luxo de ter uma redução de receita tributária no momento”.

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