A chegada do caminhão de combustível em um posto na rua Peru, no Jardim América, causou frisson nos motoristas que passavam pelas redondezas.
Alguns, mais desesperados, quase provocaram acidentes para conseguir uma reposta: tem gasolina?
A resposta não era muito animadora: só vai abrir amanhã cedo, informavam os frentistas. E a prioridade seria os carros da polícia.
Uma das motoristas que chegaram a subir na calçada para tentar iniciar uma fila foi a dona de casa Tâmara Duarte. Ela queria entrar na fila mesmo com o tanque do carro quase cheio.
“Sabe lá quando termina isso. Queria garantir “, disse.
A despeito das orientações dos funcionários, duas filas foram formadas em poucos minutos.
A comerciante Maria Inês Tosi chegou a se alterar com um dos policiais militares que faziam a segurança do caminhão de combustível. Ela disse que havia passado por dois postos, que também disseram que deveriam priorizar o abastecimento de carros do município.
“Pelo amor de Deus, eu sei que vocês precisam, mas deixem um posto para a gente. Nós precisamos também? Como vamos trabalhar, ir à quimioterapia, ir ao médico”, disse ela.
Moradora de Moema, a comerciante disse que seu carro era o único da família e que precisava dele para transportar os filhos e também a tia a sessões de químioterapia.
“Vou ficar na fila até me atenderem, ou vão me levar de volta pra casa no colo, porque meu tanque já está zerado”.
A Polícia Militar de São Paulo escoltou caminhões de combustível, a partir da tarde desde domingo (27), para garantir que cheguem com segurança aos postos da cidade. Acompanhe aqui a situação das paralisações ao vivo.
OUTROS POSTOS
No posto da rua Direitos Humanos, no Mandaqui (zona Norte), com a av. Engenheiro Caetano Álvares, havia longas fila para gasolina. O combustível chegou na noite de sábado (26), em caminhão escoltado pela polícia.
Às 14h05, as duas bombas que estavam atendendo o público travaram. "Pelo amor de Deus!", gritou o motorista Felipe Duarte, 24. "Estou aqui na fila desde as 9h15!", disse. Morador do Tucuruvi, ele era o carro da vez e chegou à bomba empurrando o carro com a ajuda dos amigos.
A professora de dança Cíntia Ribeiro, 48, que estava na fila, quase entrou em desespero quando foi informada que o combustível daria para apenas 20 minutos. "Você acha que vou conseguir abastecer? Eu contei, tem 150 carros na minha frente."
Ela disse que iria embora e tentaria em outro posto na avenida Parada Pinto, que, pelo o que ficou sabendo, ainda teria gasolina. "Apesar disso, sou a favor da greve para as autoridades entenderem que não têm tanto poder quanto pensam."
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