Dois dos principais anunciantes globais aproveitaram o tradicional Festival Internacional de Criatividade de Cannes, que ocorre de 18 a 22 de junho na França, para divulgar mudanças que querem promover em sua propaganda e no mercado.
Procter & Gamble (dona de marcas como Ariel, Gillette e Always) e Unilever (Dove, Omo e Rexona) usaram o encontro para firmar compromissos com ações que priorizam a diversidade de gênero e a busca por mais transparência nas métricas de audiência das celebridades da internet.
A companhia espera que a maior participação feminina faça com que o modo como as mulheres são retratadas nas propagandas seja mais próximo da realidade, apresentando retrato positivo.
Segundo Pritchard, tomar essa atitude, além de ser bom para a sociedade, é bom para os negócios da empresa.
Para chegar aos objetivos, foram anunciadas uma série de parcerias com empresas de mídia e entretenimento conduzidas por mulheres.
Entre elas, a P&G vai apoiar dois filmes sobre mulheres da produtora Flavour Unit e da cantora Queen Latifah, e irá patrocinar a iniciativa de produção de conteúdo para mulheres em diversas plataformas da Katie Couric Media.
A multinacional também assinou compromisso proposto pela ONG Free The Bid, que pede que ao menos uma diretora seja incluída entre os candidatos finais para realizar um comercial.
A P&G também se associou ao movimento #SeeHer (veja ela), da Associação Nacional dos Anunciantes dos Estados Unidos, que busca um aumento de 20% de representações adequadas de mulheres na propaganda até 2020.
Segundo dados da associação, mulheres são retratadas de maneira imprecisa ou negativa em 29% dos anúncios e programas de mídia, e apenas 32% dos diretores de marketing, 33% dos diretores de criação e 10% dos diretores comerciais são mulheres.
O executivo da empresa disse, durante o festival, que a P&G não poderá promover mudanças sozinha e, por isso, pretende influenciar outras companhias a tomarem atitudes semelhantes.
A Unilever, por sua vez, atacou ações pouco transparentes de celebridades da rede.
A companhia anunciou que não irá mais patrocinar influenciadores digitais que não informem explicitamente quando fazem ação publicitária.
Também não irá se aliar a influenciadores que compram seguidores ou usam robôs para inflar artificialmente sua popularidade nas redes sociais. Plataformas que permitam identificar essas fraudes serão priorizadas na escolha de onde a empresa vai investir.
Ao jornal Washington Post, o diretor de marketing da empresa, Keith Weed, disse que influenciadores têm conquistado maior importância para marcas que querem chegar aos clientes. Atitudes inadequadas de alguns podem prejudicar a credibilidade desse mercado.
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