Dólar tem leve alta com investidor cauteloso por agenda econômica da semana

Moeda subiu 0,32%, a R$ 3,73; BCs do Brasil, EUA, Japão e Inglaterra definem política monetária

São Paulo

A segunda-feira (30) foi de cautela nos mercados globais em dia de agenda tranquila, mas com investidores aguardando anúncios de políticas monetárias importantes ao longo da semana, como nos Estados Unidos e no Brasil.

O dólar fechou em leve alta ante o real, descolado do movimento majoritário lá fora, mas em linha com outros emergentes como Turquia e Índia. 

O dólar comercial subiu 0,32%, para R$ 3,73. Na mínima, chegou a R$ 3,697. O dólar à vista avançou 0,16%, cotado a R$ 3,7279. Das 31 principais divisas do mundo, 22 se valorizaram ante a moeda americana.

Após um pregão de altos e baixos, o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, fechou com avanço de 0,59%, segundo dados preliminares, a 80.337,59 pontos.

Em Wall Street, o Dow Jones, principal índice de Nova York, caiu 0,57%. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,39%, ainda pressionado por papéis de gigantes do setor como Twitter (-8,03%)e Facebook (-2,19%). Na Europa, os principais índices também fecharam no vermelho.

O Federal Reserve (banco central dos EUA) se reúne nesta quarta-feira (1º), e a expectativa é pela manutenção da taxa de juros americana entre 1,75% e 2%. Mas investidores estão mais de olho no comunicado emitido após a reunião, em busca de pistas sobre futuros aumentos —o mercado espera por mais dois, em setembro e dezembro.

Taxas de juros elevadas na maior economia do mundo atraem para os EUA um fluxo de capital alocado em outras praças, como no Brasil.

Alguns investidores, no entanto, temem que uma guerra comercial enfraqueça a economia do país, o que diminuiria a necessidade de aperto monetário. Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a disputa poderia afetar o crescimento dos EUA.

Além do Fed, o banco central do Japão encerra nesta terça-feira (31) sua reunião e espera-se que o BC da Inglaterra aumente as taxas de juros na quinta (2).

"Esta será um semana importante no front macro internacional. São eventos —decisões dos BCs e dados dos EUA— que podem alterar a dinâmica recente dos mercados", escreveu a Guide Investimentos em seu relatório.

No Brasil, na mesma quarta do Fed, o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia sua decisão para a Selic (taxa básica de juros do país). A expectativa é que ela seja mantida em 6,5%.

"Acreditamos que o BCB irá deixar onde está a taxa reiterando em discurso seu tom que vincula a alta recente a um choque", disse a Spinelli Corretora em seu relatório.

Internamente, investidores também observam o cenário político, conforme partidos entram na reta final para definir coligações para a eleição de outubro.

Das 67 ações do Ibovespa, 35 tiveram alta, 31 caíram e uma ficou estável.

A Marfrig avançou 3,04%, tendo no radar notícias de que a americana Tyson Foods entrou em conversações exclusivas com companhia de alimentos brasileira para comprar a sua unidade Keystone Foods, fornecedora de frango para o McDonald's. A Marfrig adquiriu a Keystone oito anos atrás por US$ 1,26 bilhão e espera vender a unidade por mais que o dobro disso (até US$ 3 bilhões). 

No mesmo setor, a JBS liderou as perdas ao cair 5,5%. 

No segmento financeiro, as ações do Itaú subiram 1,45%, com investidores aguardando o banco divulgar seu balanço do segundo trimestre.

Com Reuters

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