WhatsApp vai financiar 20 pesquisas sobre notícias falsas

Companhia oferece US$ 50 mil por projeto de áreas como eleições e viralização

São Paulo | Reuters

O WhatsApp irá financiar 20 pesquisas acadêmicas sobre o uso do aplicativo para propagação de notícias falsas.

Cada selecionado receberá até US$ 50 mil (R$ 195 mil)  para dar seguimento ao projeto. Também poderá receber orientações de funcionários da companhia, mas seguirá responsável pelas decisões relativas ao andamento do projeto.

Durante o período de realização do estudo, acontecerão duas oficinas junto aos pesquisadores, a primeira em outubro, em Menlo Park, na Califórnia, onde fica a sede do Facebook (dono do WhatsApp), e a segunda em abril do ano que vem, em local a ser informado.
 


Será dada preferência a candidatos que possuem doutorado. O pesquisador manterá a propriedade intelectual sobre suas análises e dados coletados.

Em texto apresentando o programa em seu site oficial, a companhia disse se importar com a segurança de seus usuários e que vem buscando aprofundar sua compreensão a respeito de problemas de segurança que as pessoas venham a enfrentar no aplicativo.

A empresa também afirma querer entender o que mais pode ser feito no serviço e via parcerias para abordar o problema.

Entre as áreas prioritárias para pesquisa definidas pela empresa estão Processamento de informações de conteúdo problemático,  uso do WhatsApp  em eleições, efeitos de rede e viralidade, detecção de comportamento problemático  e alfabetização digital.

O WhatsApp tem 1,5 bilhão de usuários ativos no mundo, 120 milhões deles no Brasil.

 

Índia



Sobre onda de violência provocada por notícias falsas que ocorre na Índia nos últimos dias, o WhatsApp disse que, para resolver o problema, é preciso que haja uma parceria entre a empresa, o governo e a sociedade em geral.

Segundo a agência Reuters, a disseminação de notícias falsas levou ao linchamento de pessoas no país, no qual o aplicativo tem 200 milhões de usuários.

No último domingo (1), cinco pessoas foram linchadas em Maharashtra por suspeita de serem sequestradores de crianças, por exemplo. Ao menos três pessoas morreram desde o início da onda de ataques.

O aumento de incidentes desse tipo levou o Ministério de Eletrônicos e Tecnologia da Informação a pedir terça-feira que o WhatsApp tome medidas imediatas para evitar a circulação de informação falsa e conteúdo provocativo.

"Assim como o governo da Índia, estamos horrorizados com esses terríveis atos de violência e queremos responder rapidamente as questões muito importantes que vocês levantaram", disse oWhatsApp em carta ao ministério datada de 3 de julho e vista pela Reuters.

"Nós acreditamos que notícias falsas, má informação e a disseminação de trotes são questões que são melhor abordadas de forma coletiva: governo, sociedade civil e empresas de tecnologia trabalhando juntos."

O serviço de mensagem disse que está dando a usuários controles e informação para ajudá-los a permanecerem seguros e que planeja lançar campanhas de longo prazo sobre segurança pública.

A empresa recentemente adicionou uma ferramenta em seu aplicativo para evitar que usuários adicionem novamente antigos membros a grupos de mensagem e permitiu que administradores de grupos decidam quem pode enviar mensagens.

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