Fundadores da 99 lançam serviço de aluguel de bicicletas Yellow em São Paulo

Empréstimos de bikes é feito a partir de smartphones e não é preciso devolvê-las em pontos específicos

São Paulo | Reuters

Fundadores do aplicativo de transporte urbano 99 lançaram na cidade de São Paulo a Yellow, empresa de aluguel de bicicletas que não depende de estações ou locais específicos para retirada e devolução das bikes.

A capital paulista é a primeira cidade a receber o serviço criado por Eduardo Musa e por Ariel Lambrecht e Renato Freitas, os dois últimos cofundadores da 99, que foi vendida para a chinesa Didi Chuxing em janeiro.  

O serviço permite que os usuários destravem cadeados das bicicletas por QR Code (similar a um código de barras) a partir de aplicativo para smartphone. 

Ao final do uso, o cliente pode deixar a bicicleta em qualquer local da cidade para que outro usuário do serviço utilize.

A proposta é diferente de serviços como CicloSampa, apoiado pela Bradesco Seguros, e o Bike Sampa, patrocinado pelo Itaú Unibanco em que os usuários precisam deixar as bicicletas em pontos específicos ao final do uso.

Com um capital inicial de R$ 50 milhões a empresa vem desenvolvendo desde junho de 2017 o serviço que considera uma opção complementar para otimizar o deslocamento diário das pessoas e diversificar a matriz de transporte urbano.

"A Yellow é 100 por cento financiada por fundos de venture capital, o maior fundo brasileiro, a Monashees, e devemos ter ao redor de 15 outros fundos de capital internacional", disse Musa, que também é presidente-executivo da companhia. 

Ele destacou que a empresa já trabalha em um novo aporte para este ano que deve ser utilizado para expandir as operações, mas não informou o montante pretendido.

A empresa disponibilizou 500 bicicletas fixas, sem marcha, na região da avenida Faria Lima e do bairro Vila Olímpia. Elas podem ser utilizadas por 1 real a cada 15 minutos. A Yellow planeja ter 20 mil bicicletas em circulação em São Paulo até novembro e 100 mil em 2019, incluindo regiões periféricas e outras cidades.

"Estamos prevendo que a maioria das viagens vai ficar abaixo dos 15 minutos, o tempo para fazer a 'primeira e última milha'", disse Musa, se referindo ao trajeto inicial e final dos usuários de outros meios de transporte, como metrô, até seu destino.

Musa, que chefiou a fabricante de bicicletas Caloi por 13 anos, disse que, com as 20 mil bicicletas em operação, serão cerca de 200 bicicletas por funcionário da empresa. Segundo ele, a referência mundial para esse tipo de serviço é de 1.000 bicicletas.

Até o final do ano a Yellow espera ter 1 milhão de usuários, segundo Lambrecht, responsável por produto da Yellow.

TECNOLOGIA

As bicicletas Yellow são fabricadas no Brasil e contam com acompanhamento por satélite, sensores, pneus sólidos —que não murcham— e painéis solares para recarregar os cadeados, além de outras inovações.

Para garantir a manutenção das bikes, a empresa tem uma equipe de operações formada por pessoas de comunidades carentes que circula pela cidade para fazer pequenos reparos nas bicicletas e reorganizam a distribuição delas.

"A melhor tecnologia é aquela que te ajuda e você nem percebe", disse Lambrecht.

Perguntado sobre a expansão do serviço para outras cidades, Musa citou as cidades paulistas de Campinas e São José dos Campos e também Fortaleza, mas disse que "esse não é um serviço simples de implementar. Então só vamos para uma cidade quando tivermos certeza que ela tem estrutura para abrigar a operação". 

Durante o anúncio desta quinta-feira, Musa também revelou que a empresa lançará nas próximas semanas o compartilhamento de patinetes elétricos e que está estruturando operações com bicicletas elétricas.

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