Governo reabre prazo para servidor migrar para regime complementar de Previdência

Presidente em exercício, Toffoli assinou MP que permite mudança até março de 2019

Laís Alegretti
Brasília

No exercício da Presidência da República, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, assinou nesta terça-feira (25) uma medida provisória que reabre até 29 de março de 2019 o período para servidores migrarem para o regime complementar de Previdência.

Em julho, terminou o prazo de dois anos que o governo tinha aberto, em 2016, para os funcionários públicos deixarem o regime próprio de Previdência. Optaram pela mudança, de acordo com o Planejamento, cerca de 8,5 mil servidores do Executivo, 3 mil do Judiciário e 1,2 mil do Legislativo.

O Ministério do Planejamento informou que, na nova etapa, espera a migração de 3,5 mil servidores. Isso pode gerar, segundo o governo, uma redução nas despesas de R$ 60 milhões de 2018 a 2020. O cálculo divulgado não leva em conta, contudo, queda na arrecadação.

Apesar do discurso de que a medida trará impactos positivos no longo prazo, a equipe econômica tinha pouco interesse em estimular a migração, considerando que, no curto prazo, gera queda de receita. Isso porque os servidores passam a pagar contribuição previdenciária limitada ao teto do INSS –e não sobre todo o valor do salário.

A previdência complementar foi criada como parte da reforma do sistema de aposentadorias e pensões do setor público iniciada em 2003. Nesse modelo, a União paga benefícios limitados pelo teto do INSS (hoje em R$ 5.645,80). A intenção é equilibrar as contas do funcionalismo no longo prazo.

A Folha mostrou que, semanas antes do fim do prazo que terminou em julho, os servidores ainda resistiam à mudança, com receio de perder rendimento.

Embora resistissem à migração, os funcionários públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário pressionaram pela ampliação do prazo. Após o encerramento, chegaram a acionar a Justiça para pedir prorrogação.

Toffoli está exercendo a presidência em razão da viagem de Michel Temer aos Estados Unidos, onde ele participa da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O presidente do STF é o quarto da linha sucessória e assume o cargo devido à ausência de um vice-presidente no Brasil e de os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), estarem impedidos de ocupar o posto para não se tornarem inelegíveis. Eles também se ausentaram do país e fizeram viagens privadas a Argentina.

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