Descrição de chapéu Brasil que dá certo

Aplicativos de transporte investem em tecnologia para agilizar embarque

Empresas desenvolvem de novas funções para tornar processo mais rápido

Valdir Ribeiro Jr.
São Paulo

Os aplicativos de transporte de passageiros já se espalharam pelo Brasil. A Uber tem mais de 500 mil motoristas e 20 milhões de passageiros em todo o país. A 99 conecta 300 mil condutores e 14 milhões de usuários em mais de 500 cidades.

Se é grande o número de viagens, é enorme o trabalho para que os trajetos aconteçam no menor tempo possível.

“Às vezes o aplicativo se perde, mas eu estou no lugar certo. Isso acontece quando o cliente faz o chamado dentro de um condomínio, e o GPS me manda para a rua de trás”, diz Marco Antonio Trassatti, 55, motorista da Uber.

Montagem em foto de passageiros que aguardam carros de aplicativos no desembarque do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo 
Montagem em foto de passageiros que aguardam carros de aplicativos no desembarque do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo  - Alf Ribeiro/Folhapress

Para evitar esse tipo de problema, as empresas investem em tecnologia e buscam melhorar a gestão das corridas.

A chinesa Didi Chuxing, que é dona da 99 no Brasil, anunciou em agosto o desenvolvimento de uma ferramenta de realidade aumentada para guiar o passageiro até o carro.

O serviço, que está em fase de testes, funcionará em espaços de grande circulação de pessoas, como shoppings e aeroportos. Quando acionado, o programa ativa a câmera do smartphone e, de acordo com a localização do usuário, exibe na tela setas que guiam o passageiro até o carro.

De acordo com Pengfei Xu, um dos engenheiros responsáveis pela ferramenta, testes mostram que a nova função permite reduzir em até 20% o tempo de embarque.

“Ainda estamos em fase de testes na China, mas trabalhamos para que a ferramenta chegue ao Brasil”, diz Xu.

A Uber também busca agilizar o encontro entre passageiros e motoristas. Em São Paulo, que é a maior cidade da empresa em número de viagens em todo o mundo, o tempo médio de espera é de quatro minutos. Para reduzir esse intervalo, a companhia desenvolve a função “holofote”, anunciada em junho.

A ferramenta, que ainda não tem previsão de estreia no país, transforma a tela do smartphone do passageiro em um farol luminoso. A cor exibida é informada ao motorista, e basta ao passageiro levantar seu smartphone para ser encontrado com mais facilidade.

Outra iniciativa da Uber é o mapeamento das vias no Brasil. O projeto teve início no fim de 2017 e já cobriu 210 mil quilômetros em 27 cidades.

“É com base nas informações dos mapas que nosso algoritmo calcula o horário de chegada e o local onde os usuários devem esperar”, afirma Adriana Gomes, diretora de marketing da Uber Brasil.

“Os mapas existentes são um ponto de partida, mas algumas informações não são relevantes para nós. Há dados sobre os quais precisamos saber mais, como padrões de tráfego”, diz a executiva.

Enquanto todas essas novidades não chegam ao Brasil, os motoristas seguem utilizando as funções que já existem nos aplicativos. O motorista da 99 Rodrigo Roja liga para os passageiros para verificar se eles estão com bagagem, além de perguntar o ponto de encontro na rua. 

“As ferramentas vão ajudar. As viagens devem ficar mais rápidas e nós teremos menos risco de levar multa”, diz Roja.

Além do desenvolvimento de novas funções nos aplicativos, outra forma de agilizar as corridas é a gestão das informações dos usuários. É com o uso de seu banco de dados que a Easy tenta reduzir o tempo de embarque.

“De acordo com o horário, com a localização e com o perfil de comportamento do passageiro, conseguimos fazer alterações no raio de busca”, afirma Bruno Mantecón, CEO da Easy no Brasil.

Segundo Mantecón, a empresa já conseguiu reduzir em 23% o tempo de espera para um taxista chegar ao passageiro em todos os nove países. No Rio de Janeiro, a redução foi de 44,75%; já em São Paulo, a espera caiu 12%.

Outra forma de agilizar o embarque é a criação de planos de ação para grandes eventos. No carnaval de São Paulo, por exemplo, a Cabify fez parcerias com os postos da Shell para que funcionem como ponto de encontro.

A Uber também tem realizado ações do tipo. Em setembro, durante a feira GameXP, no Rio, a empresa testou pela primeira vez no Brasil seu recurso de embarque em filas, já usado nos Estados Unidos.

Funciona assim: os passageiros são direcionados por placas até o ponto de embarque. Ao chegar, o usuário solicita o carro pelo aplicativo. Em vez de procurar por um motorista, a plataforma dá um código. Basta entrar no carro da empresa e informar o número para começar a viagem.

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