Temer estaria disposto a tentar votar Previdência, mas iniciativa deve partir de Bolsonaro, diz Padilha

Mais cedo, braço direito do presidente eleito afirmou que texto atual era 'remendo'

Brasília | Reuters

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira (29) que o governo do presidente Michel Temer está disposto a fazer um “esforço” para votar ainda neste ano a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, mas ressaltou que a iniciativa para reacender o assunto deve partir do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Padilha, que comandará, pelo lado da atual gestão, o processo de transição de governo, disse que o primeiro encontro ocorrerá na quarta-feira, com o provável coordenador da equipe do novo governo, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já anunciado por Bolsonaro para a Casa Civil.

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O ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha falou que governo Temer está disposto a votar reforma da Previdência - Pedro Ladeira/Folhapress

“O presidente disse que estava disposto —se for do interesse do novo presidente e do novo governo— de fazer um esforço para que se possa ter ainda neste ano a votação da Previdência ao menos na Câmara dos Deputados”, disse Padilha a jornalistas.

“A vontade do presidente permanece, mas esta é uma provocação que tem que partir do presidente eleito”, acrescentou.

Para o ministro, a reforma está “pronta”, e é peça fundamental para o ajuste fiscal, mas ponderou que não cabe a ele opinar sobre o que o novo governo deve fazer.

Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, Onyx defendeu que a reforma seja feita “de uma única vez”, com Bolsonaro já empossado.

“A gente tem que ter clareza de que aquilo que foi proposto pelo atual governo era apenas um remendo com o objetivo de fazer um ajuste curto de caixa, que não duraria cinco anos”, disse o braço direito de Bolsonaro à rádio.

Segundo Padilha, a equipe de transição poderá contar com até 50 cargos remunerados e terá acesso a um programa informatizado com todos os dados do governo, incluindo as contas públicas e a composição da máquina administrativa.

Padilha calcula, por exemplo, que Bolsonaro terá à sua disposição 10 mil cargos comissionados. Ele explica que a atual gestão cortou 4.500 cargos dos 24 mil existentes. Uma parte dos que restaram será destinados a servidores de carreira.

“Acabaram ficando de livre disposição da Presidência da República cerca de 10 mil cargos”, disse Padilha.

A intenção de Bolsonaro, segundo Onyx, é cortar pela metade os cargos comissionados.

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