O setor público consolidado brasileiro teve rombo primário de R$ 15,602 bilhões em novembro, informou o Banco Central nesta sexta-feira (28), um dado bem pior que o observado um ano antes diante da queda nas receitas no mês, mas ainda longe de ameaçar o cumprimento da meta fiscal estabelecida para o ano.
Em novembro de 2017, o déficit havia sido de apenas R$ 909 milhões.
Desta vez, a performance foi afetada principalmente pelo primário negativo do governo central (governo federal, BC e Previdência), que foi de R$ 17,073 bilhões.
Na véspera, o Tesouro já havia apontado que o resultado veio na esteira de forte queda nas receitas, que haviam sido impulsionadas no mesmo mês do ano passado por arrecadação extraordinária com leilões de usinas hidrelétricas.
"O que pesou mais foi a concentração de receitas de concessões no mesmo mês do ano passado", afirmou o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini.
Enquanto isso, os estados e municípios tiveram superávit de R$ 2,008 bilhões em novembro, ao passo que as empresas estatais ficaram no vermelho em R$ 537 milhões.
No acumulado de janeiro a novembro, o setor público consolidado registrou déficit de R$ 67,125 bilhões, melhor que o patamar de R$ 78,261 bilhões de igual etapa de 2017.
Em 12 meses, o déficit foi a R$ 99,447 bilhões, equivalente a 1,45% do PIB (Produto Interno Bruto), muito distante da meta de um rombo de R$ 161,3 bilhões.
A margem, contudo, não é uma surpresa, já que o governo vem há meses apontando que o dado será melhor, ajudado por fatores como empoçamento de recursos da União, execução de gastos obrigatórios menor que a programada pelo governo federal e superávit de estados e estatais superior à meta.
Na quinta-feira, o Tesouro atualizou sua projeção para o déficit do setor público consolidado, passando a ver um resultado melhor que a meta em R$ 45 bilhões a R$ 55 bilhões.
DÍVIDA
Mesmo com a perspectiva de um rombo menor que o estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo segue vendo a dívida bruta subir, uma vez que o descasamento entre receitas e despesas persiste.
Em novembro, ela avançou a 77,3% do PIB, contra 77% em outubro.
Já a dívida líquida caiu 0,3 ponto percentual na mesma base de comparação, a 53,3% do PIB, ajudada pelo efeito da desvalorização cambial no mês.
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