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C6 Bank recebe autorização do Banco Central para operar

Banco criado do zero por ex-executivos do BTG será no modelo digital, sem agências

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São Paulo

O C6 Bank, criado do zero por ex-executivos do BTG, recebeu nesta sexta a licença de operação do Banco Central e pode passar a oferecer serviços. É a primeira licença concedida pelo BC desde 2016. O presidente será Marcelo Kalim, um dos sócios idealizadores do projeto.

O banco será no modelo digital, sem agências, e não irá cobrar tarifas de manutenção de conta e nem por serviços básicos, como transferências e saques, que serão por meio da rede 24 Horas. 

Fintechs como Nubank e Banco Neon não absorvem o custo da tarifa da Tecban (a empresa dona da rede 24 Horas e controlada pelos cinco grandes bancos brasileiros) e repassam taxa de R$ 6,50 ao consumidor por cada saque realizado. Nos grandes bancos, a tarifa não passa de R$ 2,50.

De forma geral, as novas instituições financeiras não cobram serviços pelo uso básico do banco, e geram receita a partir de operações interbancárias, juros e quando o cliente usa o cartão.

O C6 terá um portfólio completo de serviços financeiros, como investimentos em CDBs, crédito pessoal e cartões de crédito e débito, como um grande banco tradicional. A promessa, porém, é de taxas mais baixas de juros, pelo modelo de operação de baixo custo quando comparado às grandes instituições financeiras.

Haverá ainda um market place, ou seja, o aplicativo do banco oferecerá serviços financeiros de outras instituições.

Inicialmente apenas funcionários do banco e convidados terão acesso aos serviços. Em comunicado, o banco afirma que pretende abrir para novos clientes até o final do primeiro semestre. Atualmente o banco tem 320 funcionários, que já testam o cartão de crédito da instituição.

Foram investidos mais de R$ 500 milhões no projeto, e o banco começa com patrimônio de R$ 250 milhões.

Com o início das operações do C6, cresce a concorrência das novas instituições financeiras sobre os grandes bancos, que sofrem com o desgaste por cobranças de tarifas e serviços nem sempre considerados eficientes.

Escritório do C6 Bank
Escritório do C6 Bank - Divulgação


Nesse universo de serviços bancários digitais já atuam, além das fintechs Nubank e Neon, os bancos Inter, Original e Agibank. 

O número ainda é ínfimo perto dos milhões de correntistas que usam serviços nos grandes bancos brasileiros, mas já incomoda. 

Em entrevista a jornalistas no final de 2018, Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, declarou que gostaria de ter os cerca de 5 milhões de clientes do Nubank que usam o cartão de crédito da fintech. 

Também é uma reação do Bradesco a criação do Next, um banco digital que funciona apartado da instituição-mãe. Lançado há cerca de um ano, ao final de 2018 tinha cerca de 500 mil clientes.

Já o Itaú, o maior banco privado do país, descarta sucessivamente o plano de abrir um banco digital independente de sua operação principal. O presidente, Candido Bracher, sempre associou a ideia à um reconhecimento de fracasso do banco em se renovar e fazer a transição para serviços digitais.

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