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Tecnologia e envelhecimento: os riscos futuros do mercado de trabalho

Enquanto isso, governos avaliam como a 4ª revolução industrial afetará seus países

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O futuro do trabalho é um dos problemas mais debatidos na atualidade. Todos falamos dos perigos da automatização, da inteligência artificial e de como a tecnologia pode eliminar grande parte dos postos de trabalho atuais. Quanto a isso, os governos se perguntam: como podemos preparar nossos países para enfrentar as profundas mudanças que o mercado de trabalho sofrerá no futuro? Que medidas podemos tomar hoje a fim de tirar vantagem das mudanças de amanhã?

Nesse contexto, uma referência interessante é um estudo recente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), "O Futuro do Trabalho na América Latina e no Caribe", que propõe responder as perguntas que todos já nos fizemos em algum momento: "Os robôs acabarão com os nossos empregos? Quais serão as profissões de maior sucesso no mercado de trabalho do amanhã? Como a quarta revolução industrial nos afetará?"

O estudo destaca duas grandes tendências subjacentes que terão impacto sobre o trabalho no mundo e também na América Latina e no Caribe: o avanço tecnológico e o envelhecimento das populações. São duas tendências completamente diferentes. A primeira acontece em tempo real, e ainda que seus efeitos sejam incertos, tem grandes atrativos para a mídia. Isso acontece porque os avanços tecnológicos causam assombro e otimismo, ainda que também representem ameaça para a força de trabalho.

Do lado oposto, o envelhecimento da população é gradual e está avançando mais rápido que o previsto. O relatório destaca que, silenciosamente e de modo despercebido, o mundo está envelhecendo, e a América Latina e o Caribe o fazem de forma mais acelerada que outras regiões. Quanto a isso, embora o inconsciente coletivo presuma que vivemos em uma região jovem, a realidade é que a força de trabalho da América Latina e do Caribe está envelhecendo rapidamente. E em países como Nicarágua, México e Chile, a porcentagem de adultos idosos subirá de 10% para 20% da população total em apenas duas décadas.

O futuro do mercado de trabalho dependerá, portanto, de como os trabalhadores, as empresas e os Estados agirem agora. O estudo aponta que nos últimos 40 anos, a quantidade de médicos, enfermeiros e professores da região quadruplicou, o que se traduziu em um aumento no número de empregos de qualidade disponíveis, afetando principalmente as mulheres. Quanto a isso, o estudo aponta como exemplo para o futuro a República Dominicana, que em 2040 deve contar com aproximadamente 282 mil professores, 42 mil médicos e 103 mil enfermeiros.

Nesse sentido, é preciso que os governos da região melhorem a capacitação da força de trabalho para que esta se adapte às novas oportunidades oferecidas pela tecnologia. Só dessa maneira os governos poderão garantir um modelo de desenvolvimento que ofereça oportunidades aos trabalhadores. "Não tirar proveito dessa revolução é o maior risco que a região corre".

Pablo Vicente, advogado e gestor social, é presidente da Fundación Justicia y Desarrollo Local (Fujudel) e da Red Latinoamericana para el Desarrollo Democrático (Redladd)
fujudel@gmail.com, @pablo_vicente

www.facebook.com/Latinoamerica21
@latinoamerica21
 

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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