O governo argentino demonstrou, nesta quarta-feira (20), sua preocupação com o acordo entre Brasil e Estados Unidos para a importação de trigo americano livre de taxas –uma violação da tarifa externa comum do Mercosul que prejudica as exportações argentinas.
"A cada vez que o Brasil insinuou a possibilidade de comprar trigo fora do Mercosul, a Argentina se opôs", disse nesta quarta-feira o secretário de Governo da Agroindústria, Luis Etchevehere, à imprensa local.
"Diante do fato consumado, vamos avaliar as ferramentas previstas que o Mercosul possui para analisar o caminho que devemos seguir", acrescentou.
O presidente Jair Bolsonaro acordou na terça-feira (19) com seu equivalente americano, Donald Trump, a importação anual de 750 mil toneladas de trigo americano com tarifa zero, durante uma cúpula em Washington.
O acordo implica em isentar o trigo americano da tarifa de 10% que vale para as compras fora do mercado comum.
Segundo os estatutos do Mercosul, o acordo entre Brasil e Estados Unidos deve ser levado para avaliação dos sócios de mercado comum: Argentina, Uruguai e Paraguai.
A Argentina é o principal fornecedor de trigo para o Brasil, com cerca de 6 milhões de toneladas ao ano, o que representa US$ 1,4 bilhão em exportações.
Segundo estimativas da Associação Argentina do Trigo, o acordo representa um prejuízo de cerca de US$ 300 milhões.
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