O governo Bolsonaro se aproxima dos 100 primeiros dias, e na área econômica o ministério de Paulo Guedes se ajusta com a fusão de outras pastas, enquanto prioriza reforma da Previdência.
Nos primeiros 100 dias de ex-presidentes estiveram juros em 11,75% e lei que sancionava privatização da energia elétrica. Veja abaixo:
Fernando Henrique Cardoso (1995)
- No primeiro mês de governo, sanciona aumento salarial de 95% para parlamentares e 144% para o presidente
- Câmara aprova em votação simbólica salário mínimo de R$ 100. É a primeira derrota do governo, pois o aumento compromete as contas da Previdência
- Em seu primeiro pronunciamento em rede de rádio e televisão, anuncia veto ao mínimo de R$ 100 e corte de 25% em seus vencimentos e de seus ministros
- Montadoras, governo e trabalhadores acertam aumento da alíquota do imposto de importação de carros de 20% para 32%
- Sanciona a Lei de Concessões, que permite a exploração de energia elétrica e saneamento pela iniciativa privada
- Ocorre, no Rio de Janeiro, o primeiro de uma série de protestos contra o governo. Estudantes, sindicalistas, bancários e metalúrgicos entram em confronto com a Polícia do Exército. Um dos manifestantes era o deputado Jair Bolsonaro, que acusou os soldados de “dar proteção a um presidente imoral”
Luiz Inácio Lula da Silva (2003)
- Com a bandeira da área social, faz caravana às regiões mais pobres com 29 ministros e lança o programa-piloto do Fome Zero, embrião do Bolsa Família
- Participa de uma marcha com prefeitos e anuncia R$ 1,4 bilhão em investimentos em saneamento e infraestrutura
- Fecha aliança com o MDB para viabilizar a aprovação de medidas no Congresso, o que garante a aprovação da PEC que regulamente o sistema financeiro e abre caminho para a autonomia do Banco Central
- Por meio de medida provisória, autoriza a venda de soja transgênica já plantada
- O então ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, promete entregar uma proposta de reforma da Previdência em 90 dias; causa polêmica ao defender o fim da aposentadoria especial para militares e juízes e depois volta atrás
- O então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fixa o que até então é a maior meta de superávit fiscal da era Real, de 4,25% —corte de R$ 14 bilhões no Orçamento
Dilma Rousseff (2011)
- Sob o comando de Alexandre Tombini, o Banco Central eleva a taxa de juros para 11,75%, projeta a inflação a 5,6% e reduz a previsão de crescimento do PIB para 4%
- São emitidos os primeiros sinais de que a autoridade monetária deixaria a inflação ultrapassar a meta se comprometesse o crescimento
- Em fevereiro, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, anuncia corte de R$ 50 bilhões no Orçamento como parte do plano de ajuste fiscal
- Governo lança o slogan “País rico é país sem pobreza”
- O governo eleva o salário mínimo para R$ 545. Foi o primeiro reajuste abaixo da inflação em 14 anos
- O Bolsa Família, por sua vez, tem reajuste de até 45,5%
- Recebe o então presidente Barack Obama para discutir, entre outros tópicos, a cooperação entre Brasil e EUA na organização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016
Michel Temer (2016)
- Aprova no Congresso revisão da meta fiscal com elevação do déficit primário para R$ 170,5 bilhões
- Envia ao Congresso a PEC do Teto de Gastos, que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior
- Anuncia reajuste de 12,5% no Bolsa Família a partir de julho; no mês anterior, Dilma havia prometido 9%
- Sanciona Lei das Estatais, que proíbe a indicação de dirigentes de partidos para diretorias e conselhos
- Câmara aprova texto-base da renegociação da dívida dos estados, após recuo do governo
- Abre espaço para a aprovação o marco regulatório de óleo e gás, que desobrigou a Petrobras de participar dos blocos de exploração
- Cria ambiente para o início a Agenda BC+, que mira melhoria da eficiência do sistema e cidadania financeira
- Dólar fecha 100º dia de Temer a R$ 3,22
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