O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (17) intervenção no mercado de câmbio após o dólar avançar 4% na semana e fechar acima de R$ 4,10 pela primeira vez desde setembro do ano passado.
O BC programou três leilões de linha (venda de moeda com compromisso de recompra) no valor de US$ 3,75 bilhões para segunda, terça e quarta-feira.
A medida injeta dinheiro no mercado à vista, para atender a uma eventual demanda que tenha feito o valor da moeda subir rapidamente. Como há o compromisso de recompra, o instrumento não reduz as reservas de dólares que o Brasil tem.
A moeda americana retornou ao patamar de R$ 4 nesta semana pela primeira vez desde setembro do ano passado, quando a tônica era a preocupação com o desenrolar da corrida eleitoral. A euforia com o governo Jair Bolsonaro (PSL) e a possibilidade de adoção de uma política econômica liberal animava investidores.
Após cinco meses de governo, porém, investidores começam a demonstrar impaciência com o governo, porque consideram que ele está pouco comprometido com a agenda econômica capaz de tirar o país da crise fiscal.
A proposta de reforma da Previdência, considerada crucial para o reequilíbrio das contas públicas, está na comissão especial da Câmara. Nesta sexta, porém, o presidente do grupo, Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que a Câmara estuda um projeto próprio de reforma, que substituiria o apresentado pelo governo. A intenção dos deputados é evitar que erros políticos do Planalto contaminem a pauta econômica do país.
"Queremos proteger a pauta econômica da carga tóxica do governo", afirmou o parlamentar à Folha.
Enquanto isso, Paulo Guedes (ministro da Economia), minimizou a alta do dólar e a queda da Bolsa, classificando as oscilações bruscas como barulho.
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