As ações da BRF fecharam em leve queda nesta terça-feira (1º), após nova etapa da operação Carne Fraca ser iniciada com apoio de delações de funcionários da companhia.
Os papéis chegaram a cair 1,8% no começo do pregão, mas terminaram o dia com perdas bem mais modestas, de 0,57%, a R$ 37,99.
A Polícia Federal do Paraná cumpriu mandados de busca e apreensão contra fiscais do Ministério da Agricultura que teriam recebido propina para atuar em favor de empresas.
A investigação teve como base a colaboração da BRF, que indicou ao menos 60 auditores agropecuários que teriam recebido cerca de R$ 19 milhões. A BRF teria interrompido a prática em 2017.
Segundo analistas do mercado financeiro, o impacto sobre o valor de mercado da companhia deve ser de curtíssimo prazo.
“Como a companhia está colaborando com as autoridades para apurar as investigações que aconteceram no passado, esperamos impacto reduzido para as operações da companhia no médio prazo”, escreveu a corretora Guide em relatório.
Para Carlos Daltozo, chefe de renda variável da casa de análises Eleven Financial, o impacto dessa operação é menor porque as informações estão organizadas.
“Nas outras vezes houve muita confusão, como a da carne com papelão”, afirma em referência às polêmicas sobre a primeira etapa da operação.
Ele diz ainda que essa etapa tampouco deve ter impacto sobre a imagem do setor de carnes no exterior.
O setor se beneficia, ainda, de um bom momento para exportadores de carnes, reflexo da peste suína na China, que dizimou rebanhos no país e elevou a demanda pelo produto de outros países.
As ações da BRF acumulam valorização de mais de 70% neste ano. A JBS sobe 184% em 2019, Marfrig, 113,4%, e Minerva, 99,4%.
Dalzoto lembra ainda que o anúncio feito pela JBS na noite de segunda --de que a companhia quitou antecipadamente uma dívida contraída na época do ‘Joesley Day’-- é um sinal de momento positivo para empresas do setor.
“O cenário de médio prazo favorável para todas elas [empresas frigoríficas]”, completa o analista.
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