Era dos bônus bilionários no pré-sal está chegando ao fim, diz chefe da ANP

Décio Oddone afirmou que país já licitou ou programou a licitação das maiores áreas conhecidas

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Rio de Janeiro

O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Décio Oddone, afirmou nesta quinta-feira (7) que a era dos bônus bilionários para áreas do pré-sal está chegando ao fim, com a oferta das últimas grandes áreas conhecidas na região. Nesta quinta, a agência oferece ao mercado cinco áreas, com bônus total de R$ 7,85 bilhões.

Em discurso de abertura do leilão, Oddone disse que o país já licitou ou programou a licitação das maiores áreas conhecidas. Além disso, argumentou, as petroleiras já acumularam uma carteira de projetos no país e devem passar a focar seus recursos na exploração e produção dessas áreas.

“Estamos vivendo o início do fim de um ciclo de acumulação de portfólio [pelas companhias privadas]”, afirmou. Desde 2017, o Brasil já realizou quatro rodadas de licitação de áreas do pré-sal, com grande participação de petroleiras internacionais.

Oddone afirmou ainda que o megaleilão dessa quarta-feira (6), quando a ANP vendeu duas das quatro áreas por R$ 69,9 bilhões, representou o fim do primeiro ciclo do pré-sal, que teve dominância da Petrobras. 

 

Quase toda a produção atual no pré-sal é operada pela estatal e foi adquirida nos primeiros leilões de petróleo do país, no início dos anos 2000 e na cessão onerosa, em 2010, quando o governo transferiu à estatal o direito de produzir cinco bilhões de barris de petróleo em troca de ações da companhia no processo de capitalização.

Segundo o diretor-geral da ANP, era natural que a Petrobras tivesse forte participação pelos excedentes da cessão, já que ela é dona dos contratos originais. Ausência de empresas estrangeiras, porém, surpreendeu o mercado.

No leilão desta quinta, a Petrobras terá direito de preferência por três áreas, incluindo a maior delas, Aram, que tem bônus de R$ 5 bilhões. O governo espera a participação de estrangeiras.

“É natural a perda de importância da exploração e dos leilões. E natural foco em desenvolvimento das reservas. E aí começam investimentos e arrecadação. No fim desse processo o Brasil estará entre as cinco maiores produtores do mundo”, disse Oddone.

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