Sindicato questiona IBGE por realizar censo em meio à pandemia

Coleta das informações, que deveria ocorrer em 2020, terá início em agosto deste ano

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Rio de Janeiro

A Assibge (Sindicato nacional dos trabalhadores do IBGE) criticou a direção do IBGE pela condução do processo de realização do Censo Demográfico 2021 em meio à pandemia de Covid-19.

Para a associação, a atual direção do IBGE não pleiteia as melhores condições aos trabalhadores e se submete a "fazer do jeito que der, ou de qualquer maneira".

No ano passado, a pandemia de Covid-19 levou o IBGE a adiar a realização do Censo Demográfico, previsto para 2020. A decisão considerou recomendações do Ministério da Saúde em relação ao quadro de emergência de saúde pública.

O novo cronograma prevê o início da coleta dos dados em agosto de 2021. A previsão é que mais de 180 mil recenseadores trabalhem na coleta.

Para Dione de Oliveira, membro da Executiva Nacional da Assibge, a realização do censo sem um estudo de impacto dos efeitos da coleta na pandemia e sem que a população tenha sido vacinada coloca em risco a vida de trabalhadores e informantes.

Segundo ele, a direção do IBGE tomou a decisão sem ouvir o sindicato.

Procurado, o IBGE preferiu não comentar.

Nesta semana, o diretor adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, disse que o instituto está desenvolvendo protocolos de segurança para a coleta das informações.

Segundo o IBGE, além do uso de máscara, álcool e distanciamento mínimo, o morador terá a opção de responder ao recenseador presencialmente, por telefone ou por questionário pela internet.

O censo vem sofrendo críticas da categoria com relação ao corte no questionário da pesquisa, uma das medidas anunciadas pela direção do IBGE para conter custos, em uma crise que culminou com pedidos de exoneração de gestores insatisfeitos com a mudança de rumos.

O questionário básico, que é aplicado a 90% dos cerca de 71 milhões de domicílios brasileiros, ficou com 26 questões, 8 a menos do que em 2010. Já o questionário completo, aplicado aos 10% restantes, foi reduzido de 112 para 76 perguntas. Foram retiradas perguntas sobre rendimento, emigração e bens.

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