Descrição de chapéu inflação

Designers lançam campanha 'Bolsocaro' para criticar aumento de preços

Grupo, que espalhou cartazes pela capital paulista, diz que prefere manter anonimato para não sofrer ataques

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São Paulo

À distância parecem anúncios de promoção de supermercado, mas, de perto, o texto diz o inverso: detalha a disparada de preços de alimentos.

Essa é a proposta da ação "Bolsocaro", que espalhou cartazes (aqueles conhecidos como lambe-lambes) por muros em diversas regisões da capital paulista acompanhados de frases como “Tá muito caro”, “Tá na conta do Bolsonaro” e “Essa conta não é nossa".

A iniciativa, realizada por um grupo de amigos designers, viralizou nas redes sociais. Políticos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilharam as imagens, como Guilherme Boulos (PSOL), Ciro Gomes (PDT) e Manuela d'Ávila (PCdoB).

Integrantes do grupo, localizados pela reportagem da Folha, dizem que não quer ter os nomes divulgados. O anonimato, afirmam, tem o objetivo de manter a campanha independente e preservar a segurança do grupo, segundo disse um membro. Ele afirma que os designers já sofreram ataques dentro e fora das redes de apoiadores do presidente.

Para produzir as artes, o grupo fez pesquisa nas prateleiras de supermercados.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), nos últimos 12 meses, o preço do grupo alimentação e bebidas acumulou alta de 14,81%, enquanto combustíveis registraram aumento de 4,45%.

Para este ano, o instituto revisou a expectativa de inflação dos alimentos de uma alta de 3% para 4,4%. Os motivos, segundo o Ipea, são a alta nos preços internacionais das commodities e a piora no cenário para a taxa de câmbio.

Pressionado pelos alimentos, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve encerrar o ano em 3,7%, aumento superior aos 3,5% previstos anteriormente e acima do centro da meta de inflação para 2021.

Para o ano, a energia elétrica e combustíveis devem sofrer um impacto maior do que o inicialmente previsto devido ao câmbio mais valorizado e à alta do petróleo —a projeção do Ipea para a categoria passou de 4% para 4,4%.

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