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Fintech de investimentos Warren recebe R$ 300 milhões e mira aquisições

Segunda captação da empresa em um ano ocorre em meio a avanço de pessoas físicas na Bolsa

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São Paulo

A fintech Warren, do mercado de investimentos, anunciou nesta quarta (28) ter recebido R$ 300 milhões para expandir seus negócios.

A Warren atua como corretora, gestora e administradora de investimentos.

A injeção de capital acontece em meio a uma aceleração no número de pessoas buscando investimentos com maior potencial de retorno, como reflexo de uma taxa básica de juros em patamares baixos —atualmente em 2,75% ao ano. A quantidade de investidores pessoa física na Bolsa, por exemplo, saltou de 2,2 milhões em março de 2020 para 3,5 milhões no mesmo mês deste ano.

É a segunda injeção de recursos da empresa na pandemia. Em julho ela já havia captado R$ 120 milhões.

A maior parte dos recursos do novo investimento veio do GIC, fundo soberano de Singapura, também investidor da fintech Nubank e da Loft, do mercado imobiliário.

Fundador da startup e ex-sócio da corretora XP, o empresário Tito Gusmão diz que a empresa teve crescimento de 1.000% em 2020. Com isso, tem R$ 6 bilhões em investimentos sob sua gestão e 200 mil clientes.

Tito Gusmão, sócio da Warren, e que pretende ampliar perfil de seus investidores - Marcos Nagelstein/Folhapress

Gusmão afirma que, mesmo com perspectiva de alta da taxa Selic, o que diminui o incentivo para que investidores diversifiquem aplicações, ainda é esperado que o mercado siga aquecido.

Isso porque, mesmo que os juros terminem o ano perto dos 5%, continuará sendo difícil superar a inflação mantendo o dinheiro na poupança, diz. "O brasileiro não pode mais ser preguiçoso com o investimento."

O empresário afirma que os novos recursos servirão para ampliar a equipe, hoje em 400 pessoas, aumento do investimento em marketing e incorporação de outras empresas que possam adicionar funcionalidades ao seu serviço. As primeiras negociações podem sair em até três meses, afirma.

Segundo Gusmão, a Warren tem como diferencial em relação aos bancos e corretoras tradicionais não cobrar comissões para a venda de produtos de investimento. Em vez disso, a startup cobra um percentual fixo anual de 0,6% do patrimônio que está sob sua gestão. Gusmão diz estar, com isso, popularizando modelo de investimento que o mercado só costuma oferecer para os mais ricos.

Segundo o empresário, a existência de comissões gera conflito de interesses para o corretor, que recebe incentivos para vender produtos que podem não ser os melhores para o cliente.

A startup iniciou seus negócios em 2017, quando a principal novidade do serviço era a presença de um robô com o qual o usuário conversava por chat. Conforme o cliente explicava seus objetivos no investimento, recebia sugestões.

O formato ainda existe, mas a empresa também oferece a possibilidade de que o próprio investidor escolha seus produtos sozinho ou tenha contato com um consultor para receber orientações.

Outra característica do serviço é a criação de carteiras segmentadas, para que o investidor organize suas aplicações de acordo com diferentes objetivos.

Outras empresas do setor também foram beneficiadas pela aceleração do mercado de investimentos.

Na XP, o número de investidores avançou 47% de março do ano passado até o mesmo mês deste ano, chegando a quase 3 milhões.

Outros participantes do mercado buscam aproveitar momento para ampliar seus serviços.

Em setembro, o Nubank comprou a corretora Easynvest em negociação que não teve o valor divulgado. A fintech disse que tinha como objetivo simplificar a linguagem dos investimentos e levar melhores produtos para seus clientes.

Na época da negociação com o Nubank, a Easynvest contava com 1,5 milhão de clientes e R$ 23 bilhões em custódia.

Em outubro, o banco BTG comprou a corretora Necton por R$ 348 milhões para avançar no varejo de investimentos. Neste ano, adquiriu a startup Kinvo, que oferece sistema para ajudar investidores a acompanhar suas aplicações, por R$ 72 milhões.

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