A rede de lojas de roupas TNG protocolou nesta sexta (21) um pedido de recuperação judicial após dificuldades de caixa agravadas pelo fechamento de lojas físicas durante a pandemia, de acordo com Tito Bessa Jr., presidente da empresa. A dívida é de aproximadamente R$ 250 milhões.
Caso a Justiça aprove o pedido, a empresa tem 60 dias para apresentar um plano.
Os pontos de venda da marca fecharam por 150 dias em 2020 e por 50 dias neste ano, em razão das medidas de restrição para evitar o contágio por Covid-19.
"Não nos restou outra opção a não ser buscar uma proteção legal com o intuito de reestabelecer nosso fluxo de caixa para que possamos operar normalmente e preservar empregos, evitando que ações de execução e outras constrições inviabilizem nossa capacidade de operar", afirmou Tito Bessa Jr., presidente da empresa, em comunicado.
No mercado nacional há 37 anos, a empresa havia intensificado seu canal de vendas online (que representa menos de 10% das vendas), mas a baixa demanda, os custos e a elevação do dólar, que impactou a operação, não foram suficiente para equilibrar as finanças. O plano de recuperação será apresentado em até dois meses.
À Folha, o empresário afirmou que a pressão de bancos e de shoppings —onde ficam cerca de 90% de suas lojas— foi muito pesada e que não houve outra saída para buscar a reconstrução do caixa.
"Quero me reorganizar para o próximo passo, que pode ser uma fusão, posso até ir para a Bolsa depois. Mas preciso reorganizar e preciso que meus credores entendam isso", disse. A empresa tem cerca de 600 funcionários.
Em comunicado, o empresário também destacou que a recuperação é uma grande oportunidade de voltar a crescer, uma etapa "necessária e imprescindível".
"Temos uma marca democrática com presença e prestigio nacional e acreditamos que tal medida trará o equilíbrio que se faz necessário para aproveitarmos a retomada da economia."
Bessa Jr. também é diretor-presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), que pleiteou uma série de demandas dos shoppings durante a pandemia, como reajuste de aluguel.
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