Elon Musk prevê investimento de até US$ 30 bi em internet por satélite

Fundador da SpaceX afirmou durante o MWC que serviço da Starlink será complementar ao 5G

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Barcelona | Reuters

O bilionário Elon Musk afirmou nesta terça-feira (29) que prevê um investimento de US$ 20 bilhões (R$ 98 bilhões) a U$ 30 bilhões (R$ 148 bilhões) na Starlink, braço de provimento de internet via satélite da SpaceX.

Ele participou de uma entrevista online no principal painel da World Mobile Conference, maior evento de telefonia móvel do mundo que acontece de forma híbrida em Barcelona, na Espanha.

Sem revelar detalhes, o empresário disse que a Starlink tem "duas parcerias bastante significativas com grandes empresas de telecomunicações" que podem ajudar essa divisão da SpaceX a preencher as lacunas nas redes móveis de quinta geração.

O presidente-executivo da Tesla e fundador da SpaceX, empresa de foguetes que visa colonizar Marte, afirmou que os investimentos iniciais para que a Starlink alcançe um fluxo de caixa positivo são de US$ 5 bilhões (R$ 24,7 bilhões) a US$ 10 bilhões (R$ 49 bilhões).

Elon Musk, presidente da Tesla e fundador da SpaceX e da Starlink, de internet satélite a áreas remotas
Elon Musk, presidente da Tesla e fundador da SpaceX; ele participou de entrevista online durante o MWC - Steve Nesius/Reuters

A Starlink reúne um conjunto de satélites de baixa órbita que oferece conectividade de alta velocidade para pessoas que vivem em áreas remotas. A empresa já oferece um serviço de teste e diz que visa uma cobertura quase global neste ano.

A companhia tem mais de 1.500 satélites no ar e opera em cerca de uma dúzia de países, adicionando mais a cada mês, disse Musk, prevendo que o número total de clientes chegue a meio milhão nos próximos 12 meses, ante 69 mil agora.

De acordo com Musk, o investimento é caro e a empresa perde dinheiro porque cada terminal gera um custo de US$ 1 mil (considerando equipamentos de recepção, serviço e todas as taxas de câmbio e importação).

Os céticos questionam se a internet via satélite pode algum dia se tornar um modelo de negócios viável, porque o principal mercado que ela visa são residentes em áreas remotas, um número relativamente baixo para suportar os grandes custos iniciais de investimento.

Musk rebateu essa ideia, dizendo que a Starlink poderia ajudar a preencher as lacunas nas redes móveis e de fibra óptica de quinta geração.

“Há uma necessidade de conectividade em lugares que não a têm no momento”, afirmou.

Durante os paineis de segunda (28), data de abertura do evento, o fosso digital durante a crise de Covid e o 5G dominaram os debates. A GSMA, associação global que organiza o evento e representa a indústria móvel, estima que em 2025 40% da população esteja coberta com a quinta geração de interner móvel.

Segundo a associação, o déficit de acesso está sete vezes maior do que o déficit de cobertura de internet, ou seja, a infraestrutura avançou para locais remotos, mas as pessoas não necessariamente passaram a usar a internet.

São 3,3 bilhões que residem em áreas com internet e que não estão conectados.

Representes da indústria, como da Telefónica e da Deutsche Telecom, também defenderam a necessidade de uma reforma legislativa para o setor de telecomunicações na Europa, a fim de colocar o continente na liderança digital.

Os executivos ainda debateram sobre a necessidade de mais cooperação entre governos e companhias para o cumprimento do ambicioso plano para 5G da Comissão Europeia, que envolve a cobertura de todas as residências da continente com rede de tipo gigabit, além de redes 5G em todas as áreas povoadas, até 2030.

Ao contrário dos anos anteriores, nenhum grande fabricante anunciou a apresentação de um novo telefone em Barcelona, apesar da expectativa de que algumas empresas chinesas e europeias revelem seus novos aparelhos.

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