A HBO Max obteve 2,4 milhões de novos assinantes nos Estados Unidos no segundo trimestre, e centenas de milhares de americanos cancelaram suas assinaturas na Netflix, em um sinal de como esquentou a batalha do streaming em Hollywood.
A companhia tinha 12,1 milhões de assinantes pessoa física no serviço HBO Max pelo final de junho, ante 9,7 milhões no final de março. Isso não inclui pessoas que têm acesso à HBO Max gratuitamente por conta de sua assinatura de TV a cabo.
Em contraste, a Netflix perdeu 430 mil assinantes nos Estados Unidos e Canadá no mesmo período, alimentando preocupações de que a gigante do streami ng perdeu terreno para novos concorrentes no mercado do qual foi pioneira.
A Netflix ainda tem 74 milhões de assinantes nos Estados Unidos e Canadá, e 209 milhões em todo o planeta, o que a coloca na liderança do mercado de streaming por larga vantagem. Mas investidores e analistas estão preocupados com sua desaceleração na América do Norte.
“Deveria estar claro, a esta altura, que o mercado de streaming dos Estados Unidos se tornou muito mais competitivo”, disse Michael Nathanson, analista da MoffettNathanson. “A posição da Netflix, pioneira do mercado, está claramente sendo desafiada”, ele disse, alertando que “a meia-idade parece estar chegando”, para a Netflix nos Estados Unidos.
Nos últimos anos, companhias de mídia tradicional se consolidaram para ganhar escala, enquanto tentam se reinventar como serviços de streaming e concorrer com a Netflix. A Disney adquiriu a Fox por US$ 71 bilhões e a AT&T adquiriu a WarnerMedia por US$ 85 bilhões.
Em maio, a AT&T decidiu promover a cisão da WarnerMedia e fundi-la com a rival Discovery, apenas três anos depois de adquirir a companhia, uma retirada humilhante de Hollywood para a companhia de telecomunicações.
A transação combinou um dos acervos mais valiosos do mundo do entretenimento —que inclui os estúdios de cinema e televisão da Warner Bros., a rede de TV a cabo HBO e um conjunto de canais de TV a cabo que inclui a CNN— com a programação da Discovery, baseada em documentários e reality shows que abarcam do esporte e fauna e flora à reforma de casas.
O comando da Netflix esta semana desconsiderou a HBO como ameaça. Reed Hastings, copresidente executivo da companhia, disse a investidores que a combinação Discovery-Warner “não era tão significativa” quanto a aquisição da Fox pela Disney, e ao mesmo tempo acrescentou não ter visto impacto da HBO sobre o crescimento da base de assinantes da Netflix.
“A HBO ou a Disney tem um impacto diferencial comparado ao passado? Não estamos vendo [dados] nesse sentido”, disse Hastings a investidores. “Isso é reconfortante para nós”.
Ted Sarandos, o outro copresidente executivo da Netflix, também criticou a transação da Warner.
“Quando vejo todas essas consolidações, o que eles afirmam é que um mais um dá três, ou um mais um dá quatro, mas a realidade é que a maioria delas tende a ser: um mais um igual a dois".
Nos últimos 18 meses, Disney, Apple, WarnerMedia, Comcast, Discovery e outros lançaram plataformas de streaming, com resultados díspares.
No ano passado, a Warner lançou a HBO Max nos Estados Unidos por US$ 15 ao mês, e a expandiu para a América Latina no final de junho. O serviço obteve 12 milhões de assinaturas diretas e uma base total de assinantes de 47 milhões de pessoas, na HBO e na HBO Max. Isso fica bem abaixo da rival Disney, que em maio atingiu os 104 milhões de assinantes com seu serviço de streaming Disney+.
O crescimento do número de assinantes da HBO ajudou a levar a receita da Warner Media a US$ 8,8 bilhões no trimestre, 31% acima do total do período em 2020 e acima da projeção de US$ 8,4 bilhões de Wall Street.
A companhia controladora, AT&T, registrou lucro líquido de US$ 1,9 bilhão sobre receita de US$ 44 bilhões. As ações da AT&T subiram em 1,6% em transações anteriores à abertura dos mercados.
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