A AT&T está perto de um acordo para combinar sua unidade de conteúdo, a WarnerMedia, com a rival Discovery, para criar um gigante de mídia avaliado em US$ 150 bilhões (cerca de R$ 790 bilhões).
As negociações acontecem cinco anos depois de a AT&T adquirir a Time Warner (dona da CNN, da HBO e da Warner Bros), por US$ 85,4 bilhões (R$ 449 bilhões, pelo câmbio atual), quando a companhia de telecomunicações desejava se transformar na maior empresa mundial de conteúdo e distribuição integrada.
O conselho de diretores da AT&T se reuniria neste domingo (16) para aprovar o acordo, disseram duas pessoas com conhecimento direto da transação. O negócio deverá ser anunciado nos próximos dias, segundo essas pessoas.
A combinação fundiria um dos mais valiosos catálogos de Hollywood —que abrange os estúdios de cinema e televisão da Warner Bros, a rede HBO e um portfólio de canais a cabo que inclui a CNN— com a Discovery, que teve sucesso com um novo serviço de streaming com programas não roteirizados de cozinha e reformas de casas.
Após anos de predomínio da Netflix na paisagem de streaming, as maiores companhias do mundo de mídia e tecnologia tentaram revidar com seus próprios serviços. No último ano e meio, Disney, Apple, Warner Media, Comcast, Discovery e outras lançaram plataformas de streaming enquanto disputam uma fatia do futuro do entretenimento.
A estrutura do acordo não está clara, mas a AT&T, que tem um valor de mercado de aproximadamente US$ 230 bilhões, deverá controlar a maior parte da entidade combinada. A Discovery tem valor de mercado de US$ 24 bilhões.
Em 2019, o presidente-executivo da AT&T, John Stankey, e o chefe da Discovery, David Zaslav, chegaram a conversar sobre combinar sua programação em um único serviço de streaming por cerca de US$ 8 mensais (nos EUA, excluindo a HBO). Mas, quando a Disney revelou que ofereceria seu enorme tesouro de clássicos Star Wars, Pixar, Marvel e Disney por apenas US$ 7 por mês para a Disney +, eles revisaram o plano.
Em vez disso, Stankey combinou a HBO com o resto da programação da WarnerMedia para criar um serviço de streaming principal, HBO Max, que estreou nos EUA no ano passado por US$ 15 (R$ 79) ao mês. O serviço chega ao Brasil em junho.
A Discovery, companhia por trás da HGTV, a rede de Oprah Winfrey e a transmissora Eurosport, lançou em janeiro um serviço de streaming por US$ 5 (R$ 26) mensais, que, segundo disse Zaslav ao FT, foi “o mais importante novo negócio” desde que ele entrou para a companhia, há mais de uma década.
HBO Max e Discovery Plus (serviço não disponível no Brasil) fizeram algum progresso no serviço de streaming. A Discovery disse em abril que alcançou 15 milhões de assinantes em todo o seu negócio de streaming, enquanto a HBO Max conquistou quase 3 milhões de clientes no primeiro trimestre, chegando a 9,7 milhões de assinantes no varejo no fim de março.
No entanto, as duas companhias disputando um mercado com rivais muito maiores: a Netflix tem 208 milhões de assinantes no mundo todo, enquanto a Disney+ atraiu 104 milhões em apenas um ano e meio desde seu lançamento.
A Bloomberg relatou primeiro a notícia das conversas entre AT&T e Discovery. A AT&T e a Discovery não quiseram se pronunciar sobre o assunto.
No início do ano passado, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou a compra da WarnerMedia pela AT&T. A transação, apadrinhada pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em pacote de contrapartidas em troca de um acordo de aliança estratégica com o Brasil.
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Com São Paulo
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