Descrição de chapéu Mercado imobiliário

Com espaço de coworking e loja de conveniência, Plano & Plano volta a lançar imóveis para classe média baixa

Antes voltada só para o Casa Verde e Amarela, construtora apresenta o Sppace em São Paulo com apartamentos a partir de R$ 260 mil

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Brasília

Depois de passar os últimos cinco anos dedicada aos empreendimentos do programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa, Minha Vida), a construtora Plano & Plano volta a focar na classe média baixa.

A companhia lança em setembro um empreendimento na zona sul de São Paulo com valor geral de vendas (VGV) de R$ 143 milhões. Os apartamentos da linha Sppace terão área privativa a partir de 41 metros quadrados, dois dormitórios com varanda, vaga de garagem, piscina, espaço de coworking, loja de conveniência dentro do empreendimento, lavanderia coletiva, pet play e espaço de delivery. O preço final deve variar entre R$ 260 mil e R$ 350 mil.

“O mercado de classe média baixa representava cerca de 60% da nossa receita. No entanto, tivemos um período de crise no setor, com os distratos, e recolhemos os lançamentos. Mas agora, com o avanço da vacinação e a retomada da economia, sentimos que existe espaço para este tipo de empreendimento, mais confortável e em sintonia com o novo perfil do consumidor”, afirmou à Folha Rodrigo Luna, presidente do conselho de administração da Plano & Plano.

fachada de empreendimento imobiliário
Perspectiva da fachada do futuro Spacce Jardim Botânico, na zona sul de São Paulo, com apartamentos entre R$ 260 mil e R$ 350 mil - Divulgação

A companhia continua atendendo o programa Casa Verde e Amarela, nos segmentos 2 e 3. “Estamos passando por um período de reestruturação dos custos de produção, o programa vai se realinhar para atender estas pessoas", diz ele, referindo-se aos cortes no programa habitacional, feitos pelo governo Jair Bolsonaro. "O déficit habitacional no Brasil é altíssimo, cerca de 8 milhões de lares”, afirma.

O Sppace Jardim Botânico fica a sete minutos de caminhada do parque ecológico paulistano. Segundo Luna, outros dois empreendimentos neste perfil devem ser lançados em breve. “Acreditamos que este segmento pode representar entre 20% e 30% das vendas até 2023”, afirma.

A Plano & Plano abriu seu capital na bolsa em outubro do ano passado, captando R$ 600 milhões na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). Fundador da Plano & Plano em 1997, Luna é o segundo maior acionista da companhia (20%), só atrás da Cyrela (dona de 33,5%).

Com atuação concentrada no mercado paulista, presente em 17 cidades do estado, principalmente na região metropolitana, a empresa se especializou no segmento de menor renda. O Sppace vem para atender os casais recém-formados e quem buscam o primeiro imóvel.

A exemplo da rival MRV Engenharia, dona de uma linha de empreendimentos voltados 100% à locação, com a bandeira Luggo, a Plano & Plano diz avaliar este segmento. “Em qualquer lugar do mundo, soluções de habitação não se resumem à aquisição, envolvem locação também”, diz. “Tem gente que prefere alugar por um período da vida e enxergamos uma oportunidade neste mercado”, diz Luna.

Este ano, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) chegou a prever um aumento entre 5% e 10% no preço dos imóveis em relação a 2020, por conta de uma conjuntura de fatores. O aumento na taxa básica de juros (Selic), combinado ao maior custo do material de construção e à alta procura por imóveis vem encarecendo os preços.

O custo do material de construção, em especial, foi afetado pela alta do dólar, que influencia o preço de matérias-primas como resinas de PVC, alumínio e cobre.

“A cadeia de suprimentos ficou muito desalinhada, mas o momento mais difícil ficou para trás”, diz Luna. “Acreditamos em uma forte recuperação do mercado em 2022”.

Com sete lançamentos no segundo trimestre, a companhia apresentou um VGV de R$ 354 milhões no período, alta de 42% na comparação anual. Considerando o acumulado dos últimos 12 meses até junho, a construtora lançou R$ 1,5 bilhão em VGV.


Raio-X

  • Fundação: 1997, em São Paulo (SP)
  • Funcionários: 334
  • Público-alvo: baixa renda e média baixa
  • Área de atuação: região metropolitana de São Paulo
  • Receita líquida: R$ 332,8 milhões
  • Lucro: R$ 17,5 milhões

(dados do 2º trimestre de 2021)

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