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Eleição de 2022 será muito polarizada e deve criar volatilidade, diz presidente do BC

Para Campos Neto, a crise hídrica também deve elevar custos e dificultar a atuação da autoridade monetária

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Brasília

Ao falar dos desafios para controlar a inflação, especialmente de 2022, o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que as eleições presidenciais serão muito polarizadas e devem gerar volatilidade na economia.

"Em termos de locais, a eleição [de 2022] é uma parte muito importante [no desafio], vai ser muito polarizada. Isso tem um impacto e cria volatilidade", afirmou em evento virtual promovido pelo Credit Suisse nesta quarta-feira (8).

Para Campos Neto, a crise hídrica também deve elevar custos e dificultar a atuação da autoridade monetária.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Adriano Machado - 7.abr.2020/Reuters

"Mais recentemente, tivemos o choque [nos preços] da eletricidade. Vimos muitas elevações no sistema de bandeiras [tarifárias]", disse. "A crise está em um novo nível e isso está afetando muito a forma como as pessoas estão precificando a inflação. Mas é mais fácil medir esse efeito na inflação que no crescimento [econômico]", ponderou.

Em relação à situação fiscal do país, Campos Neto voltou a destacar que os números foram mais positivos que o esperado ao longo deste ano, mas disse que as eleições tem gerado muita incerteza.

"Muito da incerteza no presente vem do fato de que teremos eleições, então o mercado associa mudanças e reformas estruturais à disposição de fazer um programa [social] melhor, um Bolsa Família melhor, um auxílio emergencial melhor e associa isso ao processo eleitoral. Isso cria algum ruído", ressaltou.

O presidente do BC voltou a defender que explicações sobre como seria o novo programa social e como será financiado reduziria o ruído fiscal.

"Ainda temos muito debate sobre como isso será feito", afirmou.

Campos Neto reiterou ainda a importância das reformas econômicas.

"As reformas são muito importantes e ainda temos muitas a fazer, estamos indo para o ano de eleição e acho que ainda temos uma janela [para aprová-las no Congresso]", avaliou.

Ele falou ainda sobre a dinâmica da inflação atual. "Provavelmente o mais importante para nós é a dinâmica da inflação, como esses diferentes choques [de preços] estão gerando incertezas", colocou.

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