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Nubank reduz valor de IPO para até US$ 41,5 bilhões

Analistas têm adotado uma visão cautelosa em relação à oferta do banco digital

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Bengaluru (Índia) | Reuters

O Nubank reduziu nesta terça-feira (30) a faixa estimada de preço de sua oferta pública inicial de ações (IPO), cortando a valorização pretendida em quase US$ 10 bilhões (R$ 56,1 bilhões), para até US$ 41,5 bilhões (R$ 232,8 bilhões).

A companhia vai vender cerca de 289,2 milhões de ações por entre US$ 8 (R$ 44) e US$ 9 (R$ 50) por papel. A empresa vai levantar US$ 2,6 bilhões (R$ 14,5 bilhões) considerando o topo da faixa estimada.

O Nubank pretendia anteriormente levantar quase US$ 3 bilhões (R$ 16,8 bilhões) a uma avaliação de mais de 50 bilhões com a venda de ações por entre US$ 10 (R$ 56) e US$ 11 (R$ 61) o papel.

​Morgan Stanley, Goldman Sachs, Citigroup e NuInvest estão assessorando o IPO.

Logo do Nubank em frete à sede em São Paulo - Paulo Whitaker - 18.nov.2021/Reuters

A revisão vem em um ambiente global de concorrência acirrada e de aumento das despesas para expandir a operação que tem colocado forte pressão sobre as ações de fintechs nas bolsas durante as últimas semanas.

Frente às alternativas já disponíveis e o cenário desafiador que se desenha à frente, analistas de mercado têm adotado uma visão cautelosa em relação à oferta do banco digital.

Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research, tem recomendado aos investidores que não participem da oferta do Nubank. O valor previsto para as ações, na avaliação da especialista, não compensa o investimento, tendo em vista as oportunidades de pares comparáveis no setor.

"O preço do IPO de Nubank vem bastante salgado pela falta de crescimento de lucro. Temos uma geração de novos bancos na Bolsa com crescimento fortíssimo, capacidade de execução já comprovada e preços (múltiplos) baixos", diz a especialista em relatório.

Ela aponta BTG Pactual e XP Investimentos como suas preferências no segmento financeiro, empresas com crescimento médio de 50% ao ano e tendo registrado lucro de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) e US$ 600 milhões (R$ 3,36 bilhões), respectivamente, nos últimos 12 meses.

Já o Nubank reportou prejuízo de US$ 99,1 milhões (R$ 556 milhões) em 2021, até setembro.

"A dupla BTG e XP possui o melhor dos mundos: crescimento de fintech e ROE de bancões. Seus preços são baixos e crescimento alto, com capacidade de execução já comprovada. Não é o que vemos no Nubank (ainda)", diz Danielle.

Na mesma linha, Carlos Macedo, analista de bancos da Ohmresearch, avalia não ser razoável a avaliação do Nubank nos patamares sinalizados recentemente, em especial levando em conta as alternativas existentes que já estão em mercado.

"Para justificar os valores sugeridos, os múltiplos teriam que estar muito superiores a quase qualquer empresa comparável ou as expectativas futuras teriam que ser muito mais fortes do que as projetadas (ou uma combinação dos dois)", aponta Macedo.

O especialista destaca, no entanto, que as recentes rodadas de financiamento concluídas com sucesso pela empresa, com participação de investidores de peso (como Berkshire Hathaway), indicam que existe um mercado para o tipo do ativo que o Nubank representa a um múltiplo de negociação bastante alto. "O processo de IPO deve criar um novo paradigma para ofertas públicas de fintechs."

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