Descrição de chapéu Folhainvest

Temor de que vacina não seja eficaz contra nova variante da Covid abala mercados

Bolsas do Brasil, EUA e Europa caem após declaração da Moderna sobre ômicron

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira perdia fôlego na manhã desta terça-feira (30), acompanhando a queda dos mercados da Europa e dos Estados Unidos, após um novo alarme sobre os riscos da nova variante do coronavírus. As principais bolsas da Ásia fecharam em queda.

Depois da recuperação parcial da véspera, os mercados começaram o dia abalados com a declaração do presidente da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, sobre a possibilidade de que as vacinas contra Covid-19 existentes não sejam tão eficazes contra a variante ômicron quanto são contra a delta.

"Não existe um mundo, acho, onde [a eficácia] é do mesmo nível que tivemos com a delta", disse Bancel ao jornal Financial Times.

Vacinas contra a Covid-19 em centro de vacinação na Alemanha nesta terça-feira (30)
Vacinas contra a Covid-19 em centro de vacinação na Alemanha nesta terça-feira (30) - Christof Stache/AFP

Às 11h58, o Ibovespa, referência para a Bolsa do Brasil, recuava 0,37%, a 102.436 pontos. O índice já havia atingido a mínima de 102.012 pontos às 10h33. O dólar caía 0,32%, a R$ 5,5950.

Nos Estados Unidos, o índice de referência S&P 500 cedia 0,71%. O Dow Jones perdia 0,95%, enquanto a Nasdaq recuava 0,11%.

Na Europa, as bolsas de Londres, Paris e Frankfurt caíam 0,37%, 0,31% e 0,35%, respectivamente. O índice Euro Stoxx 50, que acompanha 50 das principais empresas da região, perdia 0,54%.

Na Ásia, as bolsas de Tóquio e Hong Kong fecharam em queda de 1,63% e 1,58%, respectivamente. O índice para empresas chinesas de Xangai e Shenzhen cedeu 0,40%.

No porto chinês de Qingdao, o minério de ferro comercializado à vista recuou 5,43%. Os contratos futuros da commodity subiam 0,81%, recuperando-se de uma baixa nas primeiras horas do dia.

O petróleo Brent, referência mundial, tinha desvalorização de 3,59%, a US$ 70,80 (R$ 397,27) o barril.

Apesar do alarde gerado pela declaração do presidente da Moderna, autoridades sanitárias reforçaram que, por enquanto, não há motivos para pânico.

Emer Cooke, diretora-executiva da Agência Europeia de Medicamento, disse ao Parlamento Europeu que, mesmo que a nova variante se torne mais generalizada, as vacinas atuais continuarão oferecendo proteção.

Andrea Ammon, que preside o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, disse que 42 casos da variante foram confirmados em 10 países da Europa. Houve outros seis casos "possíveis".

Ela disse que os casos vistos foram leves ou assintomáticos, embora em faixas etárias mais jovens.

A Moderna não respondeu a um pedido de comentário da agência Reuters, nem disse para quando espera dados sobre a eficácia de sua vacina contra a ômicron.

Notícias do surgimento da nova variante retiraram cerca de US$ 2 trilhões (R$ 11,2 trilhões) das ações globais na sexta-feira, após a variante ser identificada no sul da África e anunciada no dia 25 de novembro.

A OMS e cientistas também dizem que podem ser necessárias semanas para se entender se a ômicron pode causar doenças graves ou escapar da proteção contra imunidade induzida pelas vacinas.

"A vacinação provavelmente ainda manterá vocês fora do hospital", disse John Wherry, diretor do Instituto Penn de Imunologia da Filadélfia, nos Estados Unidos.

A Moderna e as farmacêuticas BioNTech e Johnson estão trabalhando em vacinas que visam especificamente a ômicron para o caso de seus imunizantes atuais não serem eficazes contra ela. A Moderna também tem testado uma dose mais alta de sua vacina existente.

com Reuters

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