Descrição de chapéu inflação

Golpe da central de atendimento falsa aumenta neste final de ano, diz pesquisa da Febraban

Levantamento também aponta que 69% dos brasileiros sentem inflação de alimentos e 42% relatam peso da alta dos combustíveis

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Curitiba

Os golpes financeiros que usam centrais de atendimento falsas aumentaram neste final de ano, segundo a pesquisa Radar Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entidade que representa grandes instituições financeiras.

O golpe da central falsa, em que alguém pede dados do consumidor por telefone, aumentou de 18% em setembro para 28% em dezembro, atingindo sobretudo pessoas na faixa de 45 a 59 anos.

Houve aumento também no golpe do WhatsApp, em que alguém se passa por um conhecido solicitando dinheiro —24% relataram serem vítimas dessa abordagem, três pontos percentuais a mais do registrado em setembro.

O golpe mais comum ainda é a clonagem de cartão de crédito ou troca de cartões (48%), mas a modalidade registrou queda (2 pontos a menos que em setembro). A menção a esse tipo de fraude chega a 63% entre quem tem de 25 a 44 anos.

Telemarketing 3 x 2
Ligação telefônica - Catarina Pignato - 23.ago.2021/Arte Folha

Entre os mais jovens, especialmente na faixa de 18 a 24 anos, há relatos sobre o golpe do leilão da loja virtual falsa (5%).

As entrevistas foram feitas entre os dias 19 e 27 de novembro, com 3.000 pessoas acima de 18 anos e de todas as regiões do país. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos.

Em sua quarta edição, a Radar Febraban, também apurou a percepção do brasileiro em relação ao custo de vida.

Para 69% dos entrevistados, a inflação tem pesado principalmente sobre o consumo de alimentos e outros produtos domésticos em dezembro, enquanto 42% sentem a alta dos preços, sobretudo ao abastecer o carro, aponta pesquisa da Febraban.

Segundo o radar de expectativas do consumidor feito pela entidade, 19% dos entrevistados consideram que a inflação impacta, sobretudo, os gastos com serviços de saúde e remédios.

Outros itens associados ao impacto da inflação tiveram percentuais inferiores a 10%, como os juros do cartão de crédito (8%), passagem de transporte público (6%) e pagamento da escola, faculdade ou outros serviços de educação (5%).

Ao olhar para o futuro, o brasileiro diz que gostaria de retomar em 2022 planos que foram adiados pela alta dos preços, a queda na renda e o desemprego persistente. A compra do imóvel é o maior desses sonhos, sendo que 35% disseram que gostariam de investir na casa própria, caso sobre dinheiro no orçamento.

Em segundo lugar, com 18%, aparecem empatados guardar dinheiro na poupança e a reforma da casa; fazer cursos e investir na educação vêm em seguida, com 17%, e viajar está nos planos de 10%.

Os resultados da pesquisa acompanham a disparada dos preços: o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), prévia da inflação oficial, subiu 0,78% em dezembro e encerrou o ano com alta acumulada de 10,42%, a maior taxa em seis anos. O maior aumento de custo dentro do IPCA-15 veio dos transportes, cujos preços dispararam 21,35% no ano.

Segundo o mais recente boletim Focus, do Banco Central, a expectativa dos agentes de mercado é que 2021 termine com uma inflação acumulada de 10,02%, contra os 10,04% calculados anteriormente. Esse resultado estaria bem acima da meta —de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O levantamento da Febraban também reforçou a aprovação do Pix, o sistema de pagamentos eletrônico. Segundo a pesquisa, a maior parte dos entrevistados (85%) diz aprovar o Pix e apenas 10% desaprovam. Os 5% restantes não sabiam ou não responderam.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, a aprovação ao Pix alcança praticamente todos os entrevistados (99%). Os menos satisfeitos são os consumidores com 60 anos ou mais, que demonstraram uma aprovação de 65%.

Além disso, 71% disseram já ter usado a modalidade de pagamento, enquanto 28% disseram que ainda não utilizaram.

A pesquisa também mediu a confiança que os entrevistados tinham nos bancos, nas empresas privadas e nas fintechs. No caso dos bancos, 58% dizem confiar, 36% não confiam e 6% não sabem ou não responderam; com as empresas privadas, 54% confiam e 36% não confiam; com as fintechs, o grau de confiança é de 56% ante 33% que não confiam.

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