Dólar recua 1,2% e volta para a faixa dos R$ 5,66

Bolsa encerra com leve queda de 0,2% em dia de menor liquidez nos mercados

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São Paulo

Em uma sessão marcada por um maior apetite por risco entre os investidores em escala global, o dólar registrou queda de 1,25% frente ao real nesta quarta-feira (22), cotado a R$ 5,6670 para venda.

Segundo Jefferson Rugik, da Correparti Corretora de Câmbio, a divisa norte-americana teve um dia de desvalorização ante diversas moedas emergentes, em especial àquelas mais ligadas às commodities, reflexo de uma procura por risco por parte dos investidores no mercado internacional.

Os índices acionários dos Estados Unidos fecharam em alta, com ganhos de 1% do S&P 500 e de 1,2% do Nasdaq. O Dow Jones avançou 0,74%.

"Ajudou também na queda da divisa por aqui a sensação por parte do mercado que o mais pesado do fluxo de saída, que é típico de final de ano, já aconteceu, o que ajudou a tirar a pressão compradora da moeda", aponta Rugik, em nota.

Cédulas de dólar
Cédulas de dólar - Marcelo Casal Jr. - 2.mai.2019/ABr

Os receios sobre a nova cepa do coronavírus, considerada mais transmissível, derrubaram os mercados globais em sessões recentes e catapultaram o dólar em todo o mundo. Aqui, a moeda contabilizou recentemente seis altas em oito sessões, período em que rompeu a barreira dos R$ 5,70 e acumulou um salto de 3,7%.

O alívio no dólar em todo o mundo nesta sessão pode ter sido também exacerbado pela menor liquidez, conforme investidores reduzem o ritmo antes do Natal e do Ano Novo. No Brasil, o volume de contratos de dólar futuro negociados na B3 mal superava 170 mil, 28% abaixo da média de 21 sessões (cerca de um mês) e 33% aquém da média de 42 pregões.

Em meio à menor liquidez, o BC (Banco Central) proveu dólares ao mercado. A autoridade monetária vendeu o lote integral ofertado de US$ 700 milhões (R$ 4 bilhões) em swaps cambiais "novos" e, posteriormente, adiou o vencimento de US$ 731 milhões (R$ 4,18 bilhões) nesses derivativos.

Na seara fiscal doméstica —um dos principais guias da taxa de câmbio neste ano—, os agentes financeiros se debruçaram sobre o Orçamento de 2022, aprovado na véspera pelo Congresso.

O parecer aprovado prevê que, após a aprovação das emendas constitucionais que alteraram a forma de pagamento dos precatórios, será criada uma margem fiscal para o próximo ano de R$ 113,1 bilhões, valor superior à estimativa do governo federal de R$ 106 bilhões.

"Após o alargamento do teto de gastos e o não pagamento de precatórios, o Orçamento de 2022 parece crível, mas não será executado sem desafios", disse a XP em nota.

As incertezas sobre a política fiscal acabaram pesando para o desempenho da Bolsa brasileira, com uma leve queda de 0,24% do Ibovespa no encerramento dos negócios, aos 105.243 pontos, apesar de noticiário positivo sobre a ômicron que ajudou os índices nos Estados Unidos e na Europa a avançarem.

"Não tem nenhum grande motivo para lá fora subir e aqui não. Essa grande descolada é o que aconteceu o ano inteiro", diz Leonardo Milane, estrategista-chefe da VLGI Investimentos. Ele menciona questões internas que afetaram o desempenho do índice em 2021 como incertezas políticas, alta de inflação e dados fracos de atividade.

Entre as maiores baixas do dia, se destacaram papéis de consumo, como Magazine Luiza (-4,05%, a R$ 6,16) e Natura (-4,02%, a R$ 25,77), bem do setor de saúde —Rede D´or recuou 5,76%, para R$ 42,75, enquanto Hapvida cedeu 3,24%, a R$ 11,05.

Na ponta contrária, as ações da Getnet saltaram 23,4%, para R$ 4,06, após a companhia anunciar na véspera o pagamento de cerca de R$ 250 milhões a título de juros sobre o capital próprio aos acionistas.

Com Reuters

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