Descrição de chapéu Selic

Taxa de juros dos bancos em novembro é a mais alta em dois anos

Alta acompanha aperto monetário do Banco Central para frear inflação

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Brasília | Reuters

A taxa média de juros cobrada do sistema financeiro no Brasil para empréstimos voltou a subir em novembro, acompanhando o aperto monetário promovido pelo Banco Central este ano para controlar o aumento da inflação.

A taxa subiu 1,46 ponto percentual ante outubro, alcançando 34,14% ao ano, o maior patamar desde novembro de 2019, quando estava em 35,55%. Somente em 2021, a taxa média das operações de crédito acumula uma alta de 8,6 pontos percentuais, informou o Banco Central nesta terça-feira (28).

Os dados referem-se ao segmento de recursos livres, em que o custo dos financiamentos é livremente estabelecido pelas instituições financeiras, sem interferência do governo.

A taxa Selic, que iniciou o ano no patamar mínimo histórico de 2% ao ano, subiu 7,25 pontos percentuais ao longo de 2021, atingindo 9,25% no último encontro do Comitê de Política Monetária. O colegiado já indicou que deve promover uma nova elevação de 1,5 ponto na taxa na reunião de fevereiro.

Placa de identificação em unidade do Banco Central do Brasil, em São Paulo
Placa de identificação em unidade do Banco Central do Brasil, em São Paulo - Charles Sholl - 14.mai.2018/Raw Image

Apesar da elevação das taxas, o nível de inadimplência permanece praticamente estável, passando de 3,0% em outubro para 3,1% em novembro. Nos 11 primeiros meses do ano, a alta total foi de 0,2 ponto percentual.

Em novembro, também houve elevação no spread bancário, a diferença entre o custo de captação de recursos pelas instituições financeiras e o que elas cobram dos clientes na concessão do crédito.

O patamar do spread nas operações com recursos livres ficou em 23,4 pontos percentuais no mês, contra 22,9 pontos em outubro. No ano, a alta acumulada é de 2,5 pontos.

Olhando para as pessoas físicas, o BC afirmou que o destaque na subida dos juros médios sobre o mês anterior foi para os financiamentos para compra de veículos (+2,7 pontos) e cartão de crédito rotativo (+2,6 pontos).

No acumulado do ano, as maiores elevações foram no parcelado do cartão de crédito (+18,6 pontos), no rotativo do cartão (+18,3 pontos) e no cheque especial (+14,0 pontos).

A taxa do rotativo do cartão de crédito encerrou o mês em 346,12% ao ano, maior patamar desde agosto de 2017, quando ficou em 392,29% ao ano.

Apesar da elevação de custos, o estoque de crédito no Brasil manteve trajetória de elevação. O volume total subiu 1,8% em novembro sobre outubro, a 4,575 trilhões de reais, correspondente a 53,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

No acumulado do ano, o estoque de crédito no país subiu 13,8% e, em 12 meses, 15,6%.

No segmento de recursos livres, a alta foi de 2,4% em novembro e 16,6% no ano, enquanto no segmento de recursos direcionados o aumento foi de 0,8% e 9,9%, respectivamente.

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