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Nintendo fecha loja e expõe memória curta da indústria de games

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São Paulo

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A Nintendo anunciou na última terça-feira (15) que irá desativar em março de 2023 suas lojas virtuais para os consoles Wii U e 3DS. Segundo o comunicado, já a partir de 23 de maio não será mais possível fazer compras com cartão de crédito nessas lojas.

A empresa japonesa justificou a medida como "parte do ciclo natural de vida de qualquer produto à medida que ele é menos usado pelos consumidores". De fato, de uma visão estritamente comercial, a decisão parece fazer sentido.

O Wii U é um dos maiores fracassos da Nintendo. Foram vendidas 13,56 milhões de unidades do console desde seu lançamento em 2012 (seu sucessor, o Switch, vendeu 8 vezes mais em metade do tempo) e desde 2020 nenhum jogo foi lançado para ele.

A situação do 3DS é um pouco melhor. Lançado em 2011 e com 75,9 milhões de unidades vendidas, o console portátil recebeu novos jogos até o ano passado. No entanto, desde que o Switch chegou ao mercado, em 2017, o número de lançamentos vem caindo vertiginosamente.

Por outro lado, o fechamento da loja causa preocupação em pesquisadores da história dos videogames e colecionadores, já que essa decisão pode fazer com que centenas de jogos desapareçam para sempre.

Controles de videogames antigos quebrados
Controles de videogames antigos quebrados - Fernando Moraes - 4.jun.19/UOL

Segundo levantamento do site Videogame Chronicle, mais de mil jogos exclusivos de 3DS ou Wii U lançados apenas em versão digital ficarão fora do mercado. É o caso de jogos como "Dr Luigi" e "Pokémon Rumble U", para o Wii U, e de "Pokémon Picross", para 3DS, entre outros.

Além disso, nem mesmo as versões físicas dos jogos estão a salvo já que a degradação natural dos discos e dos componentes eletrônicos dos consoles e cartuchos podem torná-los inutilizáveis em 15 ou 20 anos.

Uma das saídas apontadas para esse problema é que as grandes empresas de videogame invistam em emuladores para seus consoles antigos. Esses programas de computador permitem que jogos sejam executados em plataformas diferentes daquela para a qual eles foram originalmente desenvolvidos.

Phil Spencer, CEO da divisão de jogos da Microsoft, por exemplo, afirmou em entrevista à Axios que vê nesses programas um bom caminho para a indústria preservar melhor o seu passado.

"Minha esperança (e acho que tenho que apresentar isso dessa maneira a partir de agora) é que, como uma indústria, nós trabalhemos uma forma de emulação legal, que permita que um hardware moderno execute qualquer jogo mais antigo (dentro do razoável)", afirmou.

A palavra "legal" é importante na frase do executivo. Emuladores de consoles que estão fora de linha já são usados largamente, mas são vistos como uma forma de pirataria pela indústria de jogos eletrônicos por desrespeitarem leis de propriedade intelectual e direitos autorais.

Segundo o Washington Post, mesmo pedidos de abertura de exceção a essas leis feitos por pesquisadores e acadêmicos interessados em estudar a história dos videogames têm recebido forte oposição da ESA (Associação de Softwares de Entretenimento), organização que representa as principais distribuidoras e desenvolvedoras de jogos de videogame nos Estados Unidos.

"Como membro pagante da ESA, a Nintendo financia lobistas para prevenir que até bibliotecas deem acesso legal a jogos [de consoles que saíram de linha]. Não prover acesso comercial é compreensível, mas, além disso, impedir trabalhos institucionais de preservação desses títulos é destruir a história dos videogames", destacou nas redes sociais a Video Game History Foundation, entidade sem fins lucrativos dedicada a preservar a história dos videogames, após o anúncio da empresa japonesa.

Na atual situação, se a própria indústria de videogames não der importância real para a preservação dos seus produtos, mais e mais jogos serão esquecidos e apagados da história.


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Imagem do jogo Super Mario World, de Super Nintendo
Imagem do jogo Super Mario World, de Super Nintendo - Reprodução

Super Mario World
(Super Nintendo)

Já que estamos falando de jogos clássicos… Lançado em 1990, "Super Mario World" foi o título mais vendido para o Super Nintendo e é considerado um dos melhores games de plataforma de todos os tempos. Além de ter exercido uma influência imensurável na indústria, ele se mantém atual e divertido até hoje. Pode ser jogado no Switch e é um dos 50 títulos do emulador de Super Nintendo disponível para assinantes do Nintendo Switch Online.


Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • Ex-funcionários da CD Projekt RED que participaram do desenvolvimento de jogos como "The Withcher 3" e "Cyberpunk 2077" se juntaram para formar um novo estúdio chamado Rebel Wolves. Segundo Konrad Tomaszkiewicz, que está à frente do projeto e foi diretor de "The Witcher 3", o novo estúdio baseado em Varsóvia (Polônia) já está trabalhando em um novo jogo de RPG.
  • A Wired Productions, desenvolvedora do jogo "Martha Is Dead", afirmou no Twitter que o título terá partes censuradas em suas versões para PlayStation 4 e 5. O estúdio não explica o motivo da censura, mas afirma que sempre avisou que o jogo, descrito como um suspense psicológico sombrio ambientado na Itália no período da Segunda Guerra Mundial, contém cenas sensíveis. As versões para PC e consoles Xbox serão lançadas sem modificações.
  • A Nintendo anunciou que "The Legend of Zelda: Majora's Mask", jogo para Nintendo 64 lançado em 2000, chegará na próxima sexta-feira (25) ao serviço por assinatura Switch Online. Para ter acesso ao título, no entanto, é necessário assinar a versão ampliada do serviço.
  • Um dia após seu lançamento, em 11 de fevereiro, o RPG "Lost Ark", jogo gratuito da Smilegate e distribuído pela Amazon, chegou a um pico de 1,32 milhão de usuários simultâneos no Steam, ultrapassando as melhores marcas de jogos como "Counter Strike: Global Offensive", "Dota 2" e "Cyberpunk 2077". O título só fica atrás de "PUBG: Battlegrounds", que detém o recorde de 3,25 milhões de jogadores simultâneos na plataforma.

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games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

22.fev

  • "Destiny 2: The Witch Queen": R$ 119,99 (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

24.fev

  • "Martha Is Dead": R$ 51,29 (PC), R$ 149,50 (PS 4/5), sem preço divulgado (Xbox One/X/S)
  • "Never Alone: Arctic Collection": R$ 76,45 (Switch)

25.fev

  • "Elden Ring": R$ 249,90 (PC) e R$ 299,90 (PS 4/5 e Xbox One/X/S)
  • "Grid Legends": R$ 249,90 (PC), R$ 299 (Xbox One/X/S), R$ 299,90 (PS 4/5)
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