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Como investir em games
O setor de games atraiu atenção neste início de ano pelas movimentações bilionárias que evidenciaram o seu potencial de crescimento. Para os brasileiros que desejam surfar essa onda, que envolve até o metaverso, há opções acessíveis para investir nesses ativos.
Mês recheado. O setor de games, que fatura mais que o de filmes e o de músicas, encerrou o mês de janeiro com três grandes negócios fechados:
- A Take-Two, produtora do "GTA", estreou as compras do ano com a aquisição da fabricante de jogos para celular Zynga por US$ 12,7 bilhões (R$ 68 bi).
- No maior negócio da história da indústria, a Microsoft, dona do Xbox, comprou a produtora Activision Blizzard, de "Call of Duty" e "Tony Hawk’s", por US$ 75 bilhões (R$ 402 bi).
- A Sony, do PlayStation, contra-atacou com a compra da desenvolvedora de jogos Bungie, criadora do "Halo", por US$ 3,6 bilhões (R$ 19 bi).
- Os IPOs e as fusões e aquisições do setor devem ultrapassar US$ 150 bilhões em 2022, segundo o banco de investimentos Drake Star Partners.
No vermelho: os índices e fundos focados nos papéis do setor têm apresentado um desempenho negativo neste início de ano, marcado por queda nas Bolsas lá de fora com a perspectiva de alta dos juros.
As intervenções chinesas no setor, como a limitação do horário para crianças e adolescentes jogarem online, também atrapalham as ações.
Opções para investir no setor:
- BDRs: recibos negociados na B3 que acompanham o desempenho dos papéis lá fora e a variação do dólar. Activision Blizzard, Electronic Arts, Take-Two, Roblox e Zynga são exemplos de empresas com BDRs na Bolsa.
- Fundos: para quem quer delegar a um gestor profissional a seleção das ações, há plataformas e bancos, como Warren, BB DTVM, Itaú, XP e Vitreo, que lançaram recentemente opções dedicadas ao tema dos games e do metaverso.
- ETFs: fundos com cotas negociadas na B3 que seguem índices globais de ações. Um exemplo é o JOGO11, que acompanha o desempenho do índice global ESPO (VanEck Video Gaming and eSports ETF).
BC quer regular criptos
O Banco Central está estudando uma proposta de regulação das transações financeiras com criptomoedas no Brasil, que também deverá definir penalidades para conter a explosão de golpes e fraudes.
Entenda: a ideia é enquadrar os criptoativos como "veículos de investimento", que seriam regulados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e seriam obrigados a ter sede no Brasil, além de guardar registros e documentos de transações.
Outro objetivo do projeto de lei, que seria apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a pedido do BC, é atualizar o Código Penal, criando o "estelionato com moedas virtuais". A pena de prisão deve variar entre quatro e oito anos.
Por que importa: os golpes envolvendo as criptos, principalmente os de promessas de grande retorno em um curto espaço de tempo, explodiram nos últimos anos. O caso de maior repercussão veio à tona no ano passado, quando a Polícia Federal deflagrou uma operação contra a consultoria do "faraó dos bitcoins".
- A empresa é suspeita de operacionalizar um sistema de pirâmides financeiras com base na oferta pública de contrato de investimento, sem prévio registro em órgãos regulatórios. O prejuízo estimado é de ao menos R$ 20 milhões.
- A Folha contou aqui como Glaidson Acácio se tornou o "faraó dos bitcoins". Ele nega as acusações.
Em números: os roubos e fraudes envolvendo as criptos já somaram cerca de R$ 6,5 bilhões em menos de dois anos, de acordo com as Polícias Federal e Civil de São Paulo.
Mas dados globais mostram que as transações com criptos com fins ilegais vêm caindo nos últimos anos. Segundo a Chainalysis, que monitora o setor, as movimentações criminosas foram de US$ 10 bilhões (R$ 52 bilhões) em 2020, a metade do ano anterior.
Mais sobre o mundo cripto:
- Entenda como funcionam os games que utilizam NFTs em suas economias virtuais, mas que são arriscados como day trade.
- Veja como as disputas de divórcio envolvendo as criptomoedas estão se tornando cada vez mais comuns.
Advent investe na Tigre
O fundo de private equity Advent comprou, por R$ 1,35 bilhão, uma fatia de 25% no Grupo Tigre, anunciaram as empresas na sexta (18).
Quem é quem:
- Tigre: a fabricante de tubos e conexões é uma das líderes do setor na América Latina e também tem fábricas na Argentina, Chile, Colômbia e nos EUA. A catarinense foi fundada pela família Hansen há cerca de 80 anos e agora abre pela primeira vez sua empresa para um sócio externo.
- Advent: a gestora americana conhece o mercado brasileiro, já tendo investido em empresas como Quero-Quero e Big. Atualmente, tem participação societária nas fintechs Ebanx e Nubank, entre outras companhias.
A estratégia: o negócio foi fechado de olho nas obras de infraestrutura no Brasil e nos EUA.
- Aqui, o foco está no marco legal do saneamento, medida que entrou em vigor em 2020 e estimula a participação da iniciativa privada no setor. Estão previstos investimentos em torno de R$ 700 bilhões para universalizar o saneamento básico no país até 2033.
- Nos EUA, a mira está nas oportunidades que podem surgir com o pacote de investimentos públicos de US$ 1,2 trilhão (R$ 6,1 trilhões) em infraestrutura proposto pelo governo de Joe Biden.
Batalha do delivery
A saída do Uber Eats do serviço de delivery de restaurantes, prevista para o dia 7 de março, já ligou o alerta nos restaurantes sobre os riscos de uma concentração ainda maior no mercado.
Relembre: a Uber anunciou nos primeiros dias deste ano a data para encerrar suas operações de entrega de restaurantes no país.
Sua plataforma é a vice-líder do mercado (25%), pouco à frente da Rappi (18%) e bem atrás do Ifood (80%) –os restaurantes podem usar mais de um serviço. Os dados são da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Em alerta: a entidade afirma ter recebido reclamações de restaurantes sobre aumento da taxa cobrada pelos apps após o anúncio da saída do Uber Eats.
- As taxas são negociadas em contrato direto com os restaurantes e as empresas, e por isso podem variar de acordo com a região, a empresa e a parceria estabelecida.
- A Rappi informou que opera com tarifa abaixo da média do mercado, e que seus reajustes, opcionais e renegociáveis, tiveram início em novembro de 2021. O iFood disse que não houve reajuste nas taxas de entrega e de serviços aos restaurantes após o anúncio da Uber.
Briga no Cade: desde o ano passado, empresas como Rappi, Uber Eats e 99Food, além da Abarasel, foram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) se queixar de que o iFood impõe barreiras para os concorrentes ao forçar um modelo de contrato de exclusividade com os restaurantes.
Na semana passada, a Rappi protocolou nova manifestação no órgão contra a cobrança de multa rescisória dos restaurantes que desejem romper a exclusividade.
Espaço para as menores: para fugir da briga entre as gigantes, empresas mais novas do setor têm apostado em nichos de mercado.
- A AiqFome, comprada pelo Magalu em 2020, foca sua atuação em municípios menores.
- Outro exemplo é a Daki, startup que se tornou unicórnio no ano passado e que aposta em entregas de supermercado em aproximadamente 15 minutos.
O que vem por aí
IBGE:
- IPCA-15 (fevereiro) - quarta, 23
- Pnad (dezembro) - quinta, 24
FGV:
- IGP-M (fevereiro) - sexta, 25
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