Como investir no setor de games, guerra do delivery e o que importa no mercado

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Como investir em games

O setor de games atraiu atenção neste início de ano pelas movimentações bilionárias que evidenciaram o seu potencial de crescimento. Para os brasileiros que desejam surfar essa onda, que envolve até o metaverso, há opções acessíveis para investir nesses ativos.

Mês recheado. O setor de games, que fatura mais que o de filmes e o de músicas, encerrou o mês de janeiro com três grandes negócios fechados:

Logo da Microsoft em tela de celular sobre imagens de personagens de jogos da Activision Blizzard
Logo da Microsoft em tela de celular sobre imagens de personagens de jogos da Activision Blizzard - Dado Ruvic - 18.jan.2022/Reuters

No vermelho: os índices e fundos focados nos papéis do setor têm apresentado um desempenho negativo neste início de ano, marcado por queda nas Bolsas lá de fora com a perspectiva de alta dos juros.

As intervenções chinesas no setor, como a limitação do horário para crianças e adolescentes jogarem online, também atrapalham as ações.

Opções para investir no setor:

  • BDRs: recibos negociados na B3 que acompanham o desempenho dos papéis lá fora e a variação do dólar. Activision Blizzard, Electronic Arts, Take-Two, Roblox e Zynga são exemplos de empresas com BDRs na Bolsa.
  • Fundos: para quem quer delegar a um gestor profissional a seleção das ações, há plataformas e bancos, como Warren, BB DTVM, Itaú, XP e Vitreo, que lançaram recentemente opções dedicadas ao tema dos games e do metaverso.
  • ETFs: fundos com cotas negociadas na B3 que seguem índices globais de ações. Um exemplo é o JOGO11, que acompanha o desempenho do índice global ESPO (VanEck Video Gaming and eSports ETF).

BC quer regular criptos

O Banco Central está estudando uma proposta de regulação das transações financeiras com criptomoedas no Brasil, que também deverá definir penalidades para conter a explosão de golpes e fraudes.

Entenda: a ideia é enquadrar os criptoativos como "veículos de investimento", que seriam regulados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e seriam obrigados a ter sede no Brasil, além de guardar registros e documentos de transações.

Outro objetivo do projeto de lei, que seria apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a pedido do BC, é atualizar o Código Penal, criando o "estelionato com moedas virtuais". A pena de prisão deve variar entre quatro e oito anos.

Representações das criptomoedas Ripple, Bitcoin, Etherum e Litecoin sobre a placa-mãe de um computador
Representações das criptomoedas Ripple, Bitcoin, Etherum e Litecoin sobre a placa-mãe de um computador - Dado Ruvic - 14.fev.2018/Reuters

Por que importa: os golpes envolvendo as criptos, principalmente os de promessas de grande retorno em um curto espaço de tempo, explodiram nos últimos anos. O caso de maior repercussão veio à tona no ano passado, quando a Polícia Federal deflagrou uma operação contra a consultoria do "faraó dos bitcoins".

  • A empresa é suspeita de operacionalizar um sistema de pirâmides financeiras com base na oferta pública de contrato de investimento, sem prévio registro em órgãos regulatórios. O prejuízo estimado é de ao menos R$ 20 milhões.
  • A Folha contou aqui como Glaidson Acácio se tornou o "faraó dos bitcoins". Ele nega as acusações.

Em números: os roubos e fraudes envolvendo as criptos já somaram cerca de R$ 6,5 bilhões em menos de dois anos, de acordo com as Polícias Federal e Civil de São Paulo.

Mas dados globais mostram que as transações com criptos com fins ilegais vêm caindo nos últimos anos. Segundo a Chainalysis, que monitora o setor, as movimentações criminosas foram de US$ 10 bilhões (R$ 52 bilhões) em 2020, a metade do ano anterior.

Mais sobre o mundo cripto:


Advent investe na Tigre

O fundo de private equity Advent comprou, por R$ 1,35 bilhão, uma fatia de 25% no Grupo Tigre, anunciaram as empresas na sexta (18).

Quem é quem:

  • Tigre: a fabricante de tubos e conexões é uma das líderes do setor na América Latina e também tem fábricas na Argentina, Chile, Colômbia e nos EUA. A catarinense foi fundada pela família Hansen há cerca de 80 anos e agora abre pela primeira vez sua empresa para um sócio externo.
  • Advent: a gestora americana conhece o mercado brasileiro, já tendo investido em empresas como Quero-Quero e Big. Atualmente, tem participação societária nas fintechs Ebanx e Nubank, entre outras companhias.

A estratégia: o negócio foi fechado de olho nas obras de infraestrutura no Brasil e nos EUA.


Batalha do delivery

A saída do Uber Eats do serviço de delivery de restaurantes, prevista para o dia 7 de março, já ligou o alerta nos restaurantes sobre os riscos de uma concentração ainda maior no mercado.

Relembre: a Uber anunciou nos primeiros dias deste ano a data para encerrar suas operações de entrega de restaurantes no país.

Sua plataforma é a vice-líder do mercado (25%), pouco à frente da Rappi (18%) e bem atrás do Ifood (80%) –os restaurantes podem usar mais de um serviço. Os dados são da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

Em alerta: a entidade afirma ter recebido reclamações de restaurantes sobre aumento da taxa cobrada pelos apps após o anúncio da saída do Uber Eats.

  • As taxas são negociadas em contrato direto com os restaurantes e as empresas, e por isso podem variar de acordo com a região, a empresa e a parceria estabelecida.
  • A Rappi informou que opera com tarifa abaixo da média do mercado, e que seus reajustes, opcionais e renegociáveis, tiveram início em novembro de 2021. O iFood disse que não houve reajuste nas taxas de entrega e de serviços aos restaurantes após o anúncio da Uber.

Briga no Cade: desde o ano passado, empresas como Rappi, Uber Eats e 99Food, além da Abarasel, foram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) se queixar de que o iFood impõe barreiras para os concorrentes ao forçar um modelo de contrato de exclusividade com os restaurantes.

Na semana passada, a Rappi protocolou nova manifestação no órgão contra a cobrança de multa rescisória dos restaurantes que desejem romper a exclusividade.

Espaço para as menores: para fugir da briga entre as gigantes, empresas mais novas do setor têm apostado em nichos de mercado.



O que vem por aí

IBGE:

  • IPCA-15 (fevereiro) - quarta, 23
  • Pnad (dezembro) - quinta, 24

FGV:

  • IGP-M (fevereiro) - sexta, 25
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