Diretores do Banco Interamericano de Desenvolvimento se reuniram para discutir acusações em um email anônimo de que o presidente da instituição, Mauricio Claver-Carone, teve um relacionamento íntimo com um membro da equipe, disseram três fontes à agência Reuters.

Uma das fontes, uma pessoa do BID com conhecimento direto do assunto, disse que os diretores debateram a possibilidade de contratar uma empresa externa para investigar as alegações e pediram que Claver-Carone se afastasse temporariamente.

As duas outras fontes confirmaram que os 14 diretores do banco, seu conselho geral e seu vice-secretário se reuniram para discutir as alegações e como proceder em uma reunião virtual de duas horas e meia na terça-feira (5).

Autoridades do BID devem se reunir de novo nesta semana para discutir qual será a empresa que realizará a investigação e a situação laboral de Claver-Carone, disse uma fonte.

A Reuters não conseguiu confirmar as afirmações sobre o suposto relacionamento que, se existente, seria contra as regras do banco.

O BID não comentou quando questionado sobre a reunião e as alegações. Claver-Carone, ex-autoridade da Casa Branca indicada ao BID pelo presidente Donald Trump, não respondeu a repetidos emails e ligações buscando comentários.

Antes de chegar ao BID em 2020, Claver-Carone trabalhou com Trump como diretor para questões do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional.

O BID é um banco de desenvolvimento que, embora bem menor do que o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial, é importante na América Latina.

Ele foi responsável por US$ 23,4 bilhões (R$ 111 bilhões, na cotação atual) em financiamento e outros compromissos financeiros para a América Latina e o Caribe em 2021, segundo dados do banco.

Um email anônimo enviado à diretoria e à área de ética do banco há uma semana acusa Claver-Carone de ter um relacionamento com membro sênior da equipe que se reportava a ele, de acordo com a fonte com conhecimento direto da reunião. A Reuters não viu o email.

O email também acusa ambos de uso indevido de fundos do BID, disse uma fonte, sem dar mais detalhes.