Descrição de chapéu Banco do Brasil

Em novo aceno a caminhoneiros, governo cria outra linha de crédito para a categoria

Banco do Brasil abre programa para antecipar fretes cerca de dois meses após lançamento da Caixa

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Brasília

O governo lançou nesta quinta-feira (7) um programa de crédito do BB (Banco do Brasil) para caminhoneiros, cerca de dois meses após um anúncio semelhante voltado à categoria.

Os programas são anunciados às vésperas do calendário eleitoral, no ano em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai disputar novamente o Palácio do Planalto, e atendem os profissionais que exercem pressão frequente sobre o governo.

Em 4 de fevereiro, a Caixa já havia anunciado um programa que antecipava o pagamento de fretes aos caminhoneiros, com taxas de juros a partir de 1,99% ao mês.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, ao lado do presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, durante cerimônia de lançamento da nova linha de crédito para caminhoneiros - Adriano Machado - 7.abr.2022/Reuters

Agora, o BB também vai oferecer antecipação dos pagamentos programados para os 120 dias seguintes, com taxa de juros a partir de 1,79% ao mês.

Bolsonaro disse que a liberação do crédito livra caminhoneiros de buscar recursos com a chamada "carta-frete". "Em qualquer posto você paga 10% hoje em dia para antecipar frete. É uma agiotagem moderna que vai deixar de existir a partir de agora", disse o presidente.

De acordo com o banco, a medida poderá ser contratada por transportadores autônomos de maneira digital, por meio de aplicativo de celular.

Além de serem vistos pelo governo como grupo de apoio importante para a reeleição de Bolsonaro, os caminheiros autônomos compõem parte da categoria que em 2018 parou o país para reivindicar justamente o reajuste da tabela do frete e a contenção de aumentos no preço do diesel.

O presidente fez diversos acenos e promessas a essa base durante o mandato, algumas não cumpridas. Os caminhoneiros têm reclamado de algumas das propostas e chegaram a ensaiar paralisações.

A alta do preço dos combustíveis preocupa em ano eleitoral. Bolsonaro voltou a culpar nesta quinta-feira (7) governadores por estes valores.

Em outubro, o presidente prometeu um benefício de R$ 400 para cerca de 750 mil transportadores autônomos de carga, o que não saiu do papel após lideranças da categoria terem reclamado do valor.

Nos atos de raiz golpista promovidos pelo presidente no feriado de 7 de setembro de 2021, grupos de caminhoneiros estiveram em Brasília e continuaram em protestos pró-governo nos dias seguintes.

Não só caminhoneiros têm recebido a atenção do presidente no ano em que disputará a reeleição. Bolsonaro tem insistido na concessão de reajuste salarial para policiais e também criou um programa de crédito imobiliário subsidiado para a categoria.

Bolsonaro pede que Guedes avalie isenção de IPI para mototáxi

O presidente disse nesta quinta que pediu para o ministro Paulo Guedes (Economia) estudar a isenção de IPI para veículos de mototáxi. O IPI já foi cortado pelo governo de forma linear em 25% neste ano e o próprio Guedes disse posteriormente que o percentual poderia subir para 33%, mas a medida não foi em frente por causa da resistência da bancada do Amazonas (que afirma que a Zona Franca de Manaus pode perder competitividade).

O presidente voltou a afirmar nesta quinta-feira (7) que não há corrupção no seu governo, no dia em que prefeitos de diferentes regiões do país confirmaram indícios de tráfico de influência na distribuição de verbas do Ministério da Educação.

Bolsonaro minimizou as suspeitas. "Tem divulgado sete casos de corrupção. Poxa vida, chegaram a isso, sete. Buscamos fazer a coisa certa e investimentos muito na prevenção", declarou.

O presidente também elogiou a rejeição, pela Câmara, do projeto das fake news. "Quem abre mão de um pouco da liberdade para ter segurança, acaba não tendo nem liberdade e nem segurança", disse ele.

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