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Dólar tem sessão de ajuste e fecha em queda de 2,1%, a R$ 4,964

Bolsa de Valores encerra sessão em leve queda de 0,1%

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São Paulo

Com a atenção dos investidores voltada para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos previstas para quarta-feira (4), o mercado seguiu em uma espécie de compasso de espera nesta terça (3).

Após saltar 2,6% no primeiro pregão do mês, o dólar operou em queda firme frente ao real durante toda a sessão. No fechamento do pregão, a moeda americana estava cotada em R$ 4,964, queda de 2,12% ante a sessão anterior.

Contribuiu para o movimento observado hoje a atuação do BC (Banco Central) no mercado de câmbio. Na manhã desta terça, o BC vendeu US$ 1 bilhão em um leilão extraordinário de 20 mil contratos de swap cambial tradicional. Todos os contratos ofertados foram vendidos, sendo 18.050 com vencimento em 1º de dezembro de 2022 e 1.950 para 3 de abril de 2023.

Essa foi a terceira atuação extraordinária da autoridade monetária nas últimas duas semanas em meio à disparada da moeda norte-americana frente ao real. Em 22 de abril, o BC vendeu US$ 571 milhões no mercado à vista de câmbio, quando o dólar havia subido 4,04%, e quatro dias depois, injetou mais US$ 500 milhões em leilão de 10 mil contratos de swap cambial depois de a divisa tocar a cotação de R$ 5.

Quando o BC oferta um contrato de swap, isso equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. A autoridade monetária busca, dessa forma, assegurar que há oferta para atender a um aumento da procura pela moeda estrangeira. Com isso, tenta evitar que essa demanda eleve as cotações e acirre a volatilidade no câmbio.

"Acreditamos que a ação do BC será de eficácia limitada para conter a desvalorização do real, uma vez que se trata mais de uma tendência global de valorização do dólar", avaliam os analistas da XP, em relatório.

Cédulas de dólar dos Estados Unidos
Cédulas de dólar dos Estados Unidos - Marcello Casal Jr. - 2.mai.2019/ABr

Bolsa perto da estabilidade

Já o índice acionário Ibovespa da Bolsa de Valores, que na véspera marcou desvalorização de 1,15%, operou próximo da estabilidade ao longo de praticamente todo o pregão, para fechar em leve queda de 0,1%, aos 106.528 pontos.

Por aqui, os investidores também seguem no aguardo das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

A expectativa majoritária no mercado aponta para um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic ao final do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC nesta quarta, para 12,75% ao ano.

Nos Estados Unidos, os agentes de mercado apostam em uma alta de 0,50 ponto percentual, levando a taxa básica de juros norte-americana para 1% ao ano.

No exterior, os principais índices acionários americanos terminaram o dia com ganhos modestos. O S&P 500 avançou 0,48% e o Dow Jones subiu 0,20%, enquanto o Nasdaq teve valorização de 0,28%.

Segundo Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, assim como já tem sido observado ao longo das últimas semanas, preocupações relativas à inflação alta em escala global e o risco de desaceleração da economia trazido pela alta dos juros seguem pesando para o humor dos investidores.

"Essas discussões têm ofuscado a maior parte dos outros acontecimentos e dados. Esse foi o caso dos resultados de atividade econômica e contas públicas referentes a fevereiro divulgados nesta segunda, que mostraram leve alta da economia brasileira no mês (após forte queda em janeiro) e o risco fiscal de curtíssimo prazo perdendo força", diz a especialista.

Entre os destaques positivos da Bolsa brasileira no dia, os papéis da Localizava avançaram 1,9%, depois de a companhia ter reportado na noite passada um aumento de 7,3% no lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 517,4 milhões.

"A Localiza apresentou um resultado sólido, em linha com as expectativas de mercado, impactado principalmente pela depreciação da sua frota e dos preços dos carros novos, mas conseguindo crescer em quase 1 p.p. sua margem bruta no período, mostrando boa gestão dos seus ativos, mesmo em um cenário macroeconômico sensível", aponta Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Ainda na agenda doméstica, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou mais cedo dados da produção industrial, que teve variação positiva de 0,3% em março, na comparação com fevereiro.

O resultado veio próximo das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam elevação de 0,2% na mediana.

"De maneira geral, os dados de produção industrial continuam ruins na esteira do nível de renda baixo e reforçam nosso cenário de PIB (Produto Interno Bruto) de 0,3% no acumulado de 2022", diz André Perfeito, economista-chefe da Necton.

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