O ator americano Mark Ruffalo, conhecido por fazer o papel do Hulk nos filmes da Marvel, aderiu a um apelo feito por 150 pessoas dotadas de grandes patrimônios para que lhes sejam cobrados impostos mais altos, coincidindo com o Fórum Econômico Mundial em Davos.

O ator é um dos mais recentes signatários de uma carta aberta, publicada inicialmente durante uma conferência virtual em Davos em janeiro e intitulada "In Tax We Trust" ("confiamos nos impostos"), da qual Abigail Disney, uma das herdeiras do império Disney, foi uma das signatárias.

"Enquanto o mundo sofria imensamente nos dois últimos anos, nós vimos aumentar nossas fortunas durante a pandemia, mas poucos, se é que algum, de nós podem afirmar honestamente que estão pagando uma parte justa dos impostos", afirma a carta, atualizada a fim de coincidir com o fórum de Davos esta semana.

O grupo de "milionários patrióticos" por trás do apelo afirma que o número de signatários da carta subiu de 100 em janeiro a mais de 150 em maio.

O líder do grupo, Morris Pearl, antigo presidente-executivo do grupo financeiro Blackrock, prometeu em um comunicado que "continuaria pressionando os líderes mundiais para que atendam ao nosso apelo e tributem os ricos antes que seja tarde".

No entanto, Mathias Cormann, presidente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), declarou na terça-feira (24) em uma conferência em Davos que impostos sobre os ricos eram menos eficazes do que outras medidas de arrecadação.

"Isso não necessariamente gera muitos recursos financeiros", ele afirmou, explicando que "em termos de efeito político, a ideia é atraente, mas em termos de objetivos não é tão eficaz" quanto outros impostos, por exemplo sobre os imóveis.

Mas de acordo com a presidente da organização assistencial Oxfam, o imposto sobre o patrimônio, pelo contrário, "tem um grande alcance, e em alguns países já foi provado que ele funciona".

A ONG fez campanha em favor de um imposto de solidariedade único sobre a riqueza nova adquirida pelos multimilionários durante a pandemia, com o objetivo de utilizar os recursos gerados a fim de proporcionar ajuda aos mais pobres, enquanto não surge um imposto mais permanente.

Tradução de Paulo Migliacci