A China se prepara para aplicar uma multa de mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) ao gigante do transporte marítimo Didi para encerrar uma extensa investigação, informou o The Wall Street Journal.

A Didi, que ficou conhecida como a resposta da China ao Uber, tem sido um dos principais alvos da repressão generalizada ao setor de tecnologia após anos de crescimento antes que os reguladores interviessem.

A multa, imposta pelas práticas de cibersegurança da Didi, seria equivalente a mais de 4% de sua receita de US$ 27,3 bilhões (R$ 147,1 bilhões) no ano passado e abriria caminho para uma listagem na bolsa de Hong Kong, segundo o Wall Street Journal.

Se a multa de Didi for mantida, será a mais alta cobrada de uma empresa de tecnologia chinesa desde que o gigante do comércio eletrônico Alibaba foi condenada a pagar US$ 2,75 bilhões (R$ 14,8 bilhões) em abril de 2021 por práticas anticompetitivas.

Até o momento, Didi não respondeu a um pedido de comentário da Reuters enviado por e-mail.

Citando fontes não identificadas, o jornal disse que depois que a multa for anunciada, o governo aliviará as restrições às operações da Didi.

A empresa foi impedida de adicionar novos usuários e seus aplicativos foram removidos das lojas online da China.

O relatório do jornal americano provocou uma alta nas ações de tecnologia chinesas em Hong Kong nesta quarta-feira (20), devido à esperança dos investidores de que a tempestade regulatória que varreu o setor nos últimos dois anos chegará ao fim.

As ações do Alibaba subiram 4%, enquanto a empresa de jogos Tencent subiu 2,5% nas negociações da manhã.

A Didi teve problemas em junho de 2021 depois de avançar com uma oferta pública inicial nos Estados Unidos, aparentemente contra a vontade de Pequim. Pouco depois de levantar US$ 4,4 bilhões (R$ 23,7 bilhões) , as autoridades chinesas abriram uma investigação de segurança cibernética na empresa, fazendo com que suas ações despencassem.