Descrição de chapéu petrobras

'Se precisar trocar cinco vezes presidente da Petrobras, eu troco', diz Bolsonaro

Presidente afirmou que busca não interferir na empresa, mas que executivo deve ter 'sentimento social'

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) buscou rebater nesta quarta-feira (13) as críticas de que busca interferir no comando da Petrobras com as sucessivas trocas no comando da estatal e argumentou que os presidentes não tinham "sentimento social".

Bolsonaro ainda ironizou as críticas por ter promovido quatro trocas na cúpula da estatal durante o seu mandato.

"‘Ah, ele trocou quatro vezes o presidente da Petrobras’", disse Bolsonaro a apoiadores, usando uma voz debochada para ironizar as críticas, para então arrematar: "Sim, e se precisar trocar cinco, eu troco", completou.

Homem grisalho de olhos claros
O presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio do Planalto. - Pedro Ladeira/Folhapress

O governo do presidente Jair Bolsonaro vem sofrendo desgastes por causa da alta da inflação, puxada em grande parte pelos reajustes dos preços dos combustíveis.

O mandatário então lançou nos últimos meses uma guerra retórica contra os governadores, a quem acusou de serem os responsáveis pelos preços dos combustíveis, por manterem alta a carga tributária, e também contra a Petrobras.

Em junho, logo após o último reajuste anunciado pela empresa, Bolsonaro intensificou a pressão pela demissão do então presidente da Petrobras, José Mauro Coelho. O executivo acabou renunciando dias depois.

"Sentimento social está previsto em lei", diz presidente

Jair Bolsonaro passou nesta quarta-feira (13) mais de 45 minutos conversando com seus apoiadores no Palácio do Alvorada. Ao falar sobre a Petrobras, disse que nunca quis interferir no comando da empresa, mas que seus presidentes não estariam se preocupando com o preço da gasolina.

"Ninguém quer trocar presidente da Petrobras para interferir. A gente quer trocar porque ele não tem aquele sentimento social que está previsto em lei. Em momentos de guerra, tudo é diferente, até mesmo na casa de vocês, quando o marido ou a mulher perde o emprego, entrou orçamento de guerra. Olha, não vou mais comprar iogurte, não sei o que lá, não vai ser carne, vai ser galinha. Você se vira", afirmou o presidente.

Jair Bolsonaro afirmou que os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia são sentidos em todas as partes do mundo e que por isso os preços dos combustíveis estão altos. O chefe do Executivo também repetiu que está "tudo certo" para a compra de diesel mais barato da Rússia, negociação que teria começado durante a sua viagem ao país em fevereiro.

Bolsonaro também voltou a criticar a diretoria da Petrobras por seus altos salários, e sugeriu que a alta dos preços é benéfico para eles porque eles aumentam os lucros.

"O que a gente muda a Petrobras é para a gente, o pessoal, todo mundo tem que procurar o mais barato. Não pode ficar lá um diretor ganhando R$ 100 mil por mês, um presidente R$ 200 mil por mês, numa boa. Essas pessoas não estão preocupadas com o preço da gasolina. E quanto maior for o preço dos combustíveis, mais lucram em cima de vocês, mais sobra dinheiro para acionistas", afirmou.

"Não é que a gente não quer que Petrobras tenha lucro. A gente quer que tenha lucro. Mas como estamos em época de guerra, o sentimento tem que ser diferente, é sacrifício para todo mundo. Agora, não faziam isso."

O presidente também cobrou em tom irônico que ninguém o acusou de ser o responsável pela redução do preço dos combustíveis. Em uma articulação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o Congresso Nacional aprovou proposta que estabeleceu um teto de 17% para tributos estaduais sobre combustíveis e outros itens, que passaram a ser considerados essenciais. A proposta vem resultando na redução dos preços.

Por outro lado, o presidente havia elaborado uma proposta para gastar cerca de R$ 30 bilhões para compensar estados que zerassem suas alíquotas. A proposta acabou se tornando num pacote de bondades de R$ 41 bilhões, no ano em que busca a reeleição.

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