Dona do Burger King não aceita proposta de compra feita pelo Mubadala

Conselho da companhia afirma que preço por ação não condiz com valor da companhia

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Salvador

A Zamp, dona do Burger King no Brasil, anunciou em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (17) que seu conselho de administração manifestou-se de forma contrária à proposta de aquisição feita pelo fundo árabe Mubadala Capital no início de agosto.

A decisão foi tomada após a contratação de um assessor financeiro para avaliar a proposta, que apontou que o preço por ação da oferta não era condizente com o valor da empresa. O conselho diz ter feito reuniões com diversos acionistas da companhia, que teriam pedido atenção quanto ao preço dos papéis, destacando o momento de recuperação da Zamp no pós-Covid.

A OPA (Oferta Pública de Aquisição) apresentada pelo Mubadala para a compra foi de 45,15% das ações da Zamp, por R$ 7,55 cada. O valor total do negócio proposto foi de R$ 938,6 milhões.

Logotipo do Burger King perto da banderia brasileira em uma loja da rede em São Paulo
Logotipo do Burger King perto da banderia brasileira em uma loja da rede em São Paulo - Paulo Whitaker - 3.set.2010/Reuters

Já o parecer de análise contratada pela companhia aponta que, hoje, a faixa de valor das ações de emissão deveria oscilar entre R$ 9,96 e R$ 13,47, com ponto médio de R$ 11,72, valores superiores ao preço da oferta.

O conselho, porém, afirma que a companhia pode precisar um "horizonte de tempo mais longo" para que a faixa de valor seja alcançada, citando incertezas das condições político-econômicas do Brasil e as condições de liquidez do mercado. As ações da companhia encerraram o pregão desta quarta em R$ 8,40.

Além disso, o parecer diz que a aquisição pode impactar a liquidez das ações de emissão da companhia. Lembra, ainda, que a aprovação da proposta poderia causar conflito de interesses entre o fundo e os demais acionistas, já que, hoje, a companhia não possui um acionista controlador.

A empresa argumenta que um potencial novo controlador teria o poder, por exemplo, de eleger a maioria dos membros do conselho de administração, definir políticas administrativas da empresa e determinar o resultado de qualquer deliberação de seus acionistas.

"O acionista controlador da Companhia poderá ter interesse em realizar aquisições, alienações de ativos, parcerias, busca de financiamentos, ou tomar outras decisões que podem ser conflitantes com os interesses dos demais acionistas e que podem não resultar em melhorias nos seus resultados operacionais, causando um efeito relevante adverso para a companhia", diz o documento.

No edital da proposta de aquisição, a Mubadala diz que a Zamp "tem alto potencial de crescimento e geração de valor para seus acionistas", e que admira o trabalho feito pela administração da empresa, "especialmente frente às recentes condições econômicas e de mercado desafiadoras".

No dia da divulgação da proposta, as ações da Zamp saltaram 18,81%, chegando a R$ 7,39, o maior valor desde o início de abril.

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