Descrição de chapéu juros copom

Gestores elevam preocupação com planos fiscais no Brasil após eleições

Otimismo com Ibovespa cresce com perspectiva de fim do ciclo de alta de juros, mostra Bank of America

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José de Castro
São Paulo | Reuters

Gestores de fundos da América Latina estão mais preocupados com os planos para a política fiscal brasileira após as eleições, e um número maior deles espera que o mercado financeiro reaja aos resultados das pesquisas de intenção de voto até as eleições, mostrou sondagem do Bank of America referente a agosto divulgada nesta terça-feira (16).

Cerca de 75% dos respondentes afirmaram esperar repercussão nos ativos financeiros dos números das pesquisas eleitorais, contra menos de 70% no relatório de julho.

Ao mesmo tempo, mais de 60% se disseram preocupados com as políticas fiscais pós-eleição, ante menos de 40% na edição anterior da sondagem. Por outro lado, a porcentagem dos que se disseram preocupados com a situação fiscal corrente caiu de mais de 40% para próximo de 20%.

O BofA perguntou se os gestores estão preocupados com as eleições no Brasil, e mais de 60% das respostas foram não, acima do número de cerca de 45% apurado em julho.

Prédio do BofA em Los Angeles - Reuters

ESTRATÉGIAS

Leituras mais brandas de inflação no Brasil e nos EUA e a perspectiva de fim do ciclo de alta dos juros por aqui deflagraram uma rotação para estratégias em ativos de crescimento, com gestores na América Latina mais otimistas com o Ibovespa e vendo o dólar ainda numa faixa recente.

O setor financeiro é aquele em que investidores estão mais "overweight" —ou seja, com alocações acima da média—, seguido por consumo discricionário.

"No entanto, os juros mais altos dos EUA continuam sendo o maior risco de cauda, e os investidores continuam a favorecer estratégias de alta qualidade/valor", disse o BofA em relatório.

De forma geral, os consultados estão mais otimistas com o Ibovespa, com 80% dos respondentes da sondagem vendo o principal índice das ações brasileiras acima dos 110 mil pontos ao fim do ano, ante 45% em julho.

Mas a China pode ser um vento contrário, com a maioria das respostas na pesquisa revelando expectativa de que estímulos no país asiático não elevem os preços das commodities.

Do lado do câmbio, a maioria espera dólar entre R$ 4,81 e R$ 5,40 ao término deste ano. A abertura dos dados mostra que mais de 45% dos pesquisados projeta dólar entre R$ 4,81 e R$ 5,10, enquanto cerca de 40% veem taxa entre R$ 5,11 e R$ 5,40.

A aposta alternativa em um dólar mais alto —entre R$ 5,41 e R$ 5,70 ao fim do ano— despencou de cerca de 25% em julho para menos de 10% em agosto.

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