Descrição de chapéu PIB

Centro-Oeste lidera crescimento desde a pandemia, com Nordeste na lanterna

Estudo do Santander mostra também Sul e Norte acima da média, e Sudeste abaixo

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São Paulo

Impulsionada pelo agronegócio, a região Centro-Oeste deverá ser aquela com o melhor desempenho econômico no período 2020-2023, enquanto o Nordeste deve amargar o pior resultado entre as cinco regiões do país, apesar da grande proporção de beneficiários de programas federais e de transferência de renda.

Os dados fazem parte de estudo especial do Departamento Econômico do Santander sobre economia regional, que será divulgado nesta segunda-feira (12), com projeções do banco para o PIB de todos os estados e regiões de 2020 a 2023. O último dado oficial do IBGE é de 2019.

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Maquinário de pulverização agrícola em monocultura de soja na rodovia Chico Xavier (trecho da BR-050), na altura de Brasília (DF) - Ana Bottallo-14.dez.2021/Folhapress

Com base em projeções e indicadores já divulgados, a instituição estima que o Sul e o Norte também vão crescer acima da média nacional no período e que o Sudeste terá o segundo pior resultado.

Pesquisa Datafolha divulgada em 1º de setembro mostrou que os candidatos à Presidência que lideram as intenções de voto aparecem tecnicamente empatados no Centro-Oeste, Norte e Sul. Nas outras duas regiões, o ex-presidente Lula (PT) está à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Nordeste foi a única região que, em 2021, não recuperou toda a perda de PIB (Produto Interno Bruto) verificada no primeiro ano da pandemia. Em parte, por causa do efeito do fechamento de fábricas no setor automotivo na Bahia, maior economia da região.

Também pesam os fracos resultados do varejo e dos serviços. Esse último, com o pior desempenho regional no biênio 2021-2022. Segundo o Santander, a economia da região tem mostrado menor sensibilidade ao aumento dos programas federais de transferência de renda do que o Norte, onde os dois setores têm desempenhos melhores.

O estudo do Santander —que não trata da questão eleitoral— projeta que Norte e Centro-Oeste devem manter o desempenho acima da média em 2023, baseados na indústria extrativa e no agronegócio, respectivamente. A menor sensibilidade destes setores ao ciclo econômico tende a minimizar os impactos de uma política monetária mais contracionista sobre essas regiões, segundo o banco.

A instituição considera um cenário em que os preços de commodities agrícolas desaceleram nos próximos trimestres, mas devem permanecer em patamares historicamente elevados. Além disso, a perspectiva é de uma safra boa de grãos no Brasil.

"Por mais que o preço esteja um pouco mais abaixo do que a gente viu ao longo de 2022, os volumes tendem a ser bons e isso tende a sustentar essas regiões que têm maior força nesse setor", afirma Gabriel Couto, economista do Santander.

A expectativa é de estabilidade no Sul e Nordeste e contração da atividade no Sudeste, mais sensível aos efeitos da alta de juros e dos problemas de abastecimento da indústria. Para o Brasil, a projeção é de queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,2% em relação a 2022.

"A economia do Sudeste, por ter uma participação grande de setores sensíveis a esse ciclo monetário mais restritivo, como a indústria e alguns segmentos importantes do setor de serviços, tende a ter um desempenho pior do que a média nacional", afirma o economista.

Na média 2020-2023, o Sul deve ser a segunda região com melhor desempenho, com destaque para Santa Catarina, com a menor queda de PIB em 2020 na região, o terceiro maior crescimento em 2021 no Brasil e expansão de 1% esperada para 2023. O Norte fica em terceiro, pois a indústria extrativa do Pará prejudicou os resultados, que só devem melhorar a partir do próximo ano.

Pará, Bahia e Maranhão aparecem entre os três piores desempenhos econômicos em 2021 e 2022. Em 2023, essas posições devem ficar com Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, que devem registrar queda do PIB. Também é projetada contração para Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Roraima deve liderar o ranking de crescimento por três anos (2021-2023).

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