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Mensagens revelam figurões da tecnologia que tentaram ajudar Musk na compra do Twitter

Aliados do bilionário na tentativa de aquisição incluíram Sam Bankman-Fried, Reid Hoffman e o podcaster Joe Rogan

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Hannah Murphy James Fontanella-Khan Sujeet Indap
São Francisco e Nova York | Financial Times

Uma coleção de mensagens divulgadas na disputa legal entre o Twitter e Elon Musk, que tenta abandonar sua oferta de aquisição da plataforma por US$ 44 bilhões, revelou o esforço do bilionário para montar a transação com a ajuda de grandes aliados do Vale do Silício.

Centenas de mensagens trocadas entre Musk e seus associados a partir do início de 2022 mostram os contatos do bilionário com os gestores e o conselho do Twitter, seus assessores no banco Morgan Stanley, potenciais investidores como Sam Bankman-Fried, presidente-executivo da FTX, e outros simpatizantes aleatórios de sua proposta, como o apresentador de podcasts Joe Rogan.

Jack Dorsey, antigo presidente-executivo do Twitter, disse a Musk que ele havia tentado colocar o empreendedor no conselho da empresa em 2020, sem sucesso, as mensagens mostram.

Elon Musk, presidente da Tesla e da SpaceX - Joe Skipper/Reuters

Os arquivos revelam que quando Musk anunciou os planos de adquirir a empresa e fechar seu capital, diversos nomes conhecidos ofereceram apoio à oferta.

Em uma troca de mensagens, Michael Grimes, um dos principais executivos do Morgan Stanley, disse a Musk que Sam Bankman-Fried estava disposto a investir até US$ 5 bilhões no negócio.

Grimes disse que Bankman-Fried trabalharia para integrar a tecnologia blockchain ao Twitter. "Ele fecharia negócio em cinco se você gostar dele, e acho que gostará", afirmou Grimes em uma das diversas mensagens de texto que enviou a Musk.

O bilionário descartou a ideia e questionou as finanças de Bankman-Fried, perguntando: "Será que Sam realmente tem US$ 3 bilhões líquidos?"

Mathias Döpfner, presidente-executivo do grupo de mídia alemão Axel Springer, também se ofereceu para administrar o Twitter em nome de Musk, se este o adquirisse, para "estabelecer uma verdadeira plataforma de liberdade de expressão", e escreveu uma proposta detalhada sobre como isso poderia funcionar.

Larry Ellison, fundador da Oracle, disse que "entraria no negócio com US$ 2 bilhões", e Reid Hoffman, um dos fundadores do LinkedIn e sócio da Greylock, disse que poderia colocar a mesma quantia. Ellison por fim contribuiu com US$ 1 bilhão para a operação.

Musk e Grimes também lamentaram que Orlando Bravo, um magnata do software e do setor de capital privado, tivesse recusado o convite para participar da aquisição.

Os documentos vieram a público enquanto Musk e o Twitter se preparam para ir ao tribunal no mês que vem. O dono da Tesla anunciou em julho que planejava desistir da transação, argumentando que o Twitter havia violado o acordo de fusão ao fornecer informações falsas a ele e às autoridades regulatórias sobre o número de contas spam na plataforma.

O Twitter negou essas afirmações e anunciou um processo, como tentativa de forçar Musk a fechar o negócio.

Os arquivos revelados na quinta-feira mostram Musk primeiro se comunicando com a liderança do Twitter sobre sua inclusão no conselho da empresa, no início de abril, depois de uma conversa com Dorsey na qual o ex-líder do Twitter reclamou que a plataforma "não tem como funcionar como empresa", e deveria em lugar disso ser "propriedade de uma fundação".

Dorsey disse que já havia tentado incluir Musk no conselho, mas os conselheiros o recusaram por serem "avessos ao risco". Musk, que é amigo de Dorsey há muito tempo, respondeu que "gostaria de ajudar, se puder".

Dorsey escreveu mais tarde a Musk descrevendo o conselho do Twitter como "terrível".

As mensagens também revelam uma ruptura nas relações entre Musk e o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, logo após o chefe da Tesla ter concordado em integrar o conselho da rede social. Em uma mensagem, Agrawal repreendeu o bilionário por escrever "será que o Twitter está morrendo?" em uma mensagem na plataforma, argumentando que isso distraía as atenções do pessoal da empresa.

"O que você conseguiu fazer esta semana?", escreveu Musk, na tensa troca de mensagens. "Não vou entrar para o conselho. Isso é uma perda de tempo. Vou fazer uma oferta para fechar o capital do Twitter".

As mensagens também continham intervenções do "podcaster" Rogan, que perguntou a Musk se ele "libertaria o Twitter da máfia dos amiguinhos da censura?", e de Jason Calacanis, um investidor em empresas iniciantes de tecnologia que procurou obter financiamento para a oferta do Musk e se apresentou para ajudar a administrar a empresa se o seu capital fosse fechado, dizendo que "ser presidente-executivo do Twitter é o emprego dos meus sonhos".

A revelação das mensagens surge em um momento no qual o Twitter acusa Musk de não cooperar quanto ao fornecimento de suas comunicações, incluindo mensagens na plataforma Signal.

Os advogados do Twitter usaram mensagens recebidas de terceiros para inferir que Musk não está obedecendo a ordens judiciais, e solicitaram a um juiz do Delaware que imponha sanções ao bilionário pelo que eles descrevem como má conduta no fornecimento de documentação referente ao processo.

Tradução de Paulo Migliacci

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