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Petrobras reduz preço do diesel nas refinarias em 5,8%

Segundo estatal, repasse aos preços finais deve ficar em R$ 0,27 por litro

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Rio de Janeiro

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (19) corte de 5,8% no preço do diesel vendido por suas refinarias. A partir desta terça (20), o produto sairá, em média, a R$ 4,89 por litro, queda de R$ 0,30 em relação ao preço atual.

Considerando que o diesel vendido nos postos tem 10% de biodiesel, a estatal estima um repasse de R$ 0,27 por litro ao consumidor final. Foi a terceira redução no preço do diesel na gestão Caio Paes de Andrade. A última, no dia 12 de agosto, foi de 4%.

Autoposto na marginal Tietê, em São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

Com a nova redução, a Petrobras volta a praticar preço equivalente ao de maio de 2022. Mesmo após os três cortes consecutivos, o valor de venda do produto pela estatal ainda acumula alta de 46% no ano.

Em nota, a Petrobras diz que a decisão "acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio."

Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 0,47 por litro acima da paridade de importação, conceito usado pela Petrobras em sua política de preços.

Tem ficado acima da média internacional desde o fim de agosto, embora em valores menores do que o atual.

Para o Goldman Sachs, o diesel vendido pela estatal permanece 7% acima da cotação internacional, mesmo após o corte anunciado nesta segunda. Desde a última redução, disseram analistas do banco o preço do combustível caiu 6% no Golfo do México, principal referência para o Brasil.

Assim, as margens consolidadas de refino da estatal permanecem em níveis saudáveis, escreveram os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.

Fundamental para o transporte de cargas no país, o diesel foi menos impactado pelos cortes de impostos aprovados pelo Congresso no fim de junho e caiu bem menos do que a gasolina e do que o etanol nos postos.

Na semana passada, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) custava em média R$ 6,84 por litro, queda de apenas 9,6% desde a aprovação da lei. A gasolina, que tinha impostos mais altos, caiu 32,1% no mesmo período, também impulsionada por reduções nas refinarias.

A queda dos preços dos combustíveis é um dos trunfos da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve a imagem desgastada pela escalada inflacionária do primeiro semestre. Para gerar fatos positivos, a Petrobras passou a anunciar cortes quase todas as semanas.

Na semana passada, foi o gás de cozinha, que caiu 4,7% nas refinarias da estatal. Na última semana de agosto, houve anúncios de cortes nos preços do querosene de aviação, da gasolina de aviação e do asfalto, produtos que não eram alvo de divulgação pela empresa até dois meses atrás.

Neste domingo, Bolsonaro aproveitou viagem para o funeral da rainha Elizabeth 2ª e visitou um posto de gasolina em Londres, onde gravou vídeo afirmando que a gasolina inglesa é mais cara do que a brasileira — sem considerar, porém, as diferenças de poder aquisitivo entre os dois países.

No vídeo, que foi compartilhado em redes sociais por ministros e apoiadores, o presidente voltou a afirmar que o Brasil tem uma das gasolinas mais baratas do mundo.

Na semana passada, o país estava na 34ª colocação das gasolinas mais baratas, de acordo com o site Global Petrol Prices. É um avanço de 15 posições em relação ao verificado um mês antes. No caso do diesel, o país ocupava a 83ª posição da lista.

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