Descrição de chapéu petrobras

Petrobras reduz preço do gás de cozinha em 6%

Baixa para as distribuidoras entra em vigor nesta sexta-feira (23)

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Rio de Janeiro

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (22) uma redução de 6% no preço médio do GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha vendido em botijão. O corte entra em vigor nas refinarias nesta sexta (23). É o segundo consecutivo desde a semana passada.

Com a nova baixa, o preço para as distribuidoras passará de R$ 4,0265 para R$ 3,7842 por quilo. Assim, o valor médio do botijão ficará em R$ 49,19, o equivalente a uma queda estimada de R$ 3,15 nos 13 quilos.

A Petrobras vem associando as recentes reduções dos combustíveis à trégua dos preços de referência no mercado internacional. Não foi diferente nesta quinta.

Em nota, a estatal afirmou que "busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio".

Movimentação em revenda de gás em São Paulo - Rivaldo Gomes - 10.mar.2022/Folhapress

No dia 12, a companhia havia anunciado uma baixa de 4,7% no gás de cozinha para as distribuidoras. Porém, como mostrou reportagem da Folha, o valor do botijão nas revendas subiu durante a semana passada, de acordo com a pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

A alta para o consumidor foi de 1,2%, e o produto passou de R$ 111,91 para R$ 113,25 na média nacional. Foi a terceira semana consecutiva de avanço. Os revendedores alegam que os preços subiram porque precisaram iniciar os repasses do reajuste salarial dos seus trabalhadores.

Há um ano, em meados de setembro de 2021, o botijão saía por menos de R$ 100 para o consumidor, segundo a ANP. À época, o preço médio de revenda estava na faixa de R$ 98.

A carestia do gás de cozinha atingiu em cheio as famílias de renda baixa na pandemia, já que o produto pesa mais no orçamento dos mais pobres. Com a pressão no bolso, parte dos brasileiros passou a preparar refeições com lenha e até álcool.

Beneficiários do Auxílio Brasil podem receber Vale-Gás a cada dois meses, desde que se enquadrem nos critérios do programa. Para definir o valor do benefício, o governo considera o preço médio do botijão de 13 quilos ao consumidor no semestre anterior.

Às vésperas das eleições, a Petrobras passou a anunciar a conta-gotas cortes nos valores de combustíveis, como a gasolina.

Levantamento do OSP (Observatório Social do Petróleo), a pedido da Folha, mostrou que a companhia adotou estratégias diferentes de precificação nos momentos de alta e de baixa das cotações internacionais do petróleo em 2022.

Quando o petróleo subia, a empresa realizava menos reajustes e praticava preços abaixo das cotações internacionais, segurando o repasse às bombas. Com o petróleo caindo, passou a anunciar reduções frequentes e acompanhar o mercado externo mais de perto.

Para Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, os dados indicam que a execução da política de preços esteve sujeita a pressões durante o ano eleitoral. A Petrobras apontou que não há periodicidade definida para os reajustes de diesel e gasolina.

Em atos de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem usado a queda dos combustíveis como argumento para elogiar o quadro atual da economia brasileira.

Até agosto, antes dos recentes cortes nas refinarias, o gás de botijão acumulou inflação de 18,42% em 12 meses, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O indicador é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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