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Dólar sobe a R$ 5,32 e Bolsa cai mais de 1% com risco político no radar do mercado

Balanços das empresas americanas de tecnologia seguem no radar do mercado

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São Paulo

Mantendo a toada negativa do pregão passado, a Bolsa de Valores brasileira voltou a descolar do movimento de alta no mercado internacional e fechou o dia em queda, enquanto o dólar subiu a R$ 5,32.

Os ataques do ex-deputado Roberto Jefferson contra policiais federais, e o impacto que o evento pode trazer para as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) faltando menos de uma semana para o segundo turno, têm mantido o tom de maior cautela entre os agentes de mercado.

O índice de ações Ibovespa fechou em queda de 1,20%, negociado aos 114.625 pontos, após ter tombado 3,27% no pregão de segunda-feira (24), a maior queda desde novembro do ano passado.

No câmbio, o dólar, que na véspera subiu quase 3%, a maior alta em seis meses, iniciou a sessão novamente em alta, chegando a encostar em R$ 5,35 na máxima do dia, mas perdeu força e fechou com valorização de 0,41%, a R$ 5,3230.

Já nas Bolsas americanas, o dia de ganhos para os principais índices acionários —o S&P 500 avançou 1,63%, o Nasdaq subiu 2,25% e o Dow Jones teve alta de 1,07%.

Painel com índices de ações na Bolsa de Valores, em São Paulo
Painel com índices de ações na Bolsa de Valores, em São Paulo - Amanda Perobelli - 3.abr.2019/Reuters

"O episódio envolvendo a prisão de Roberto Jefferson foi avaliado como negativo à campanha de Bolsonaro, em uma visão receosa de que o evento possa frear o movimento de recuperação do atual presidente", apontaram os analistas da XP em relatório.

Na semana passada, a Bolsa avançou 7%, a maior alta semanal desde novembro de 2020, embalada pelas ações de estatais e pela expectativa de reeleição do candidato Jair Bolsonaro —as ações preferenciais da Petrobras recuaram 2,1%, e as ordinárias caíram 1,5%, após o tombo acima de 9% na véspera. Já as do BB (Banco do Brasil) cederam 1,72%, após a queda de mais de 7% na véspera.

Na agenda de indicadores, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) voltou a subir em outubro, após dois meses consecutivos em queda, informou nesta terça o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta foi de 0,16%.

A variação é a menor para o mês desde 2019 (0,09%), mas veio acima das previsões do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam elevação de 0,09%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 até perdeu fôlego, mas continua em alta. O avanço atingiu 6,85% até outubro. Estava em 7,96% até setembro.

Segundo Felipe Rodrigo de Oliveira, economista da MAG Investimentos, a surpresa altista se deu principalmente pela alta de 28% de passagem aérea.

No entanto, em uma avaliação mais detalhada, a dinâmica da inflação veio melhor do que a esperada, com altas abaixo das expectativas nos alimentos e com bens industriais mais bem comportados, afirmou Oliveira.

"O resultado de hoje favorece uma expectativa de melhora no cenário inflacionário, embora não seja suficiente para voltarmos ao intervalo de tolerância da meta de inflação do BC", disse o economista.

Já no mercado internacional, as atenções dos investidores se voltam para o balanço de resultados corporativos trimestrais. Nesta terça, "big techs" como Microsoft e Alphabet (controladora do Google), divulgaram seus resultados referentes ao terceiro trimestre.

A Microsoft divulgou nesta terça-feira (25) que teve receita de primeiro trimestre fiscal acima do esperado pelo mercado, puxada pelo segmento de computação em nuvem, que ajudou a amortecer queda nos negócios com computadores pessoais.

A Microsoft teve faturamento de US$ 50,12 bilhões no trimestre, em comparação com US$ 45,32 bilhões um ano antes. Analistas esperavam, em média, US$ 49,61 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

Já a Alphabet, controladora do Google, divulgou nesta terça receita trimestral abaixo das estimativas de Wall Street, uma vez que os anunciantes cortaram gastos diante da desaceleração econômica.

Com Reuters

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